PH Revista traz Rita Benneditto na capa
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Repto aos brasileiros
O Brasil chega ao 7 de Setembro de 2024, nas celebrações de 202 anos de independência, com dois de seus mais importantes desafios mostrando-se de forma explícita nesta data exata.
Resta claro que, a despeito da consciência de parcela da sociedade quanto aos malefícios presentes e riscos no futuro, pouco de efetivo é feito para verdadeiramente superá-los.
Um deles é a crise climática, que emerge em fúria, antecipando cenários previstos pela ciência para algumas décadas adiante. O país arde em chamas pelas queimadas. A proliferação do fogo, em alguns casos por mãos criminosas, é facilitada pela maior seca já registrada, conforme atesta o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden).
A fumaça cobre vários Estados e traz danos à saúde. O longo estio prenuncia dificuldades na produção de alimentos e de energia, com reflexos na economia e na inflação.
Repto aos brasileiros
Em outra dimensão, o país segue longe da pacificação, como ilustra a manifestação deste sábado convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e apoiadores em São Paulo, pelo impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Protestos de rua ordeiros, excluindo-se eventuais incitações a rupturas, são parte da democracia. Mas o ato é sintoma a evidenciar que segue em brasas a polarização política, o mal-estar entre poderes e a desconfiança de camadas da sociedade com as instituições.
Os grandes desafios diante do Brasil, em nome do desenvolvimento sustentável e do apaziguamento, são superar a extrema cisão social e os danos no convívio civilizado entre os cidadãos e construir consensos e iniciativas práticas para melhor preparar o país na prevenção e no combate aos extremos do clima.
Cabe à sociedade demonstrar, com genuíno patriotismo, disposição para responder a este repto e cumprir o destino assinalado em trecho do Hino da Independência que sentencia que "do universo entre as nações/resplandece a do Brasil".
Balada do amante exilado
As horas pesam no coração que ama, mas está só na amplidão do tempo, no varejo noturno dos meses, no desequilíbrio azul dos minutos. Tudo se perde quando Deus nos abandona.
O cristal do silêncio ilumina as palavras, e em fatias nos dá a nau dos dias, onde prosseguimos como um rio que não corre para o mar, e na superfície vai nossa alma, desolada, fantasma que sacode o pó dos caminhos sobre nossos ossos.
As asperezas pesam em nossas frágeis mãos, que arquitetam, inúteis, a solidez do poema.
O rumor da solidão se mistura ao vazio de nossas roupas, onde o amor esteve, vestindo-as com o esplendor do sangue e do desejo.
Exilado na agonia que varre os anos, tudo é ontem. Mas nos resta uma luz bravia, que resplandece em pequenos luares, e nos diz que há um novo amor onde acaba o dia e nascem outros lugares.
Barbeiros e cabeleireiros
Há alguns anos, com a proliferação dos salões de cabeleireiros em São Luís, as barbearias começaram a desaparecer, especialmente as do centro da cidade.
Poucas as barbearias conseguiram sobreviver e se manter. Só os homens maduros continuaram a frequentá-las. Os mais jovens, em função da modernidade, aderiram aos salões de cabeleireiros, que atendia a homens e mulheres.
Depois desse tempo de fastígio dos cabeleireiros, os barbeiros reagiram e voltaram a ser procurados pela clientela masculina, independentemente de idade.
Basta ver as novas barbearias que surgiram na cidade, agora requintadas e modernizadas, para ver como os barbeiros passaram a ocupar, com destaque, o lugar que outrora foi deles.
Instalação da AML
A Academia Maranhense de Letras foi fundada em 10 de agosto de 1908. Mas instalou-se oficialmente no dia 7 de setembro do mesmo ano – há exatos 116 anos, portanto – quando se reuniu sob a presidência do professor Ribeiro do Amaral, o mais idoso do grupo.
Na abertura, a Academia contou com vinte cadeiras e, inicialmente, doze participantes: Antônio Lobo, Alfredo de Assis Castro, Astolfo Marques, Barbosa de Godois, Corrêa de Araújo, Clodoaldo de Freitas, Domingos Barbosa Quadro, Fran Paxeco, Godofredo Mendes Viana, Inácio Xavier de Carvalho, José Ribeiro do Amaral e Armando Vieira da Silva.
A poesia em minha rua
Uma rua começa em minha infância e termina em meu coração.
Rua Magalhães de Almeida, em Presidente Dutra.
Nesta rua Verônica secou o rosto de Jesus e bicicletas engalanadas saudaram a Independência da Pátria.
Nas arcadas do Convento das freiras descobri a graça das bailarinas.
Com seus tangos e milongas as típicas portenhas afinaram para sempre as cordas da minha emoção.
Lá onde a rua se estreita numa casa muito branca dormem cobertas de mármore e silêncio pessoas que tanto amei.
Rua Magalhães de Almeida, por nossas veias corre o sangue por certas ruas flui a vida.
Num banco de praça minhas velhas tias, a memória e a imaginação, tricotam as longas mangas do tempo...
DE RELANCE
Descaminhos da fé
Gripe. Culpa da vacina. Não pegou. Pegou a gripe. Cama e água. Nas horas vagas, rádio, jornal e TV. Em cada canal uma igreja. Algumas, em todos os canais. Uma, pelo menos, dona de uma rede. Lugar comum. Gente desesperada. Qualquer um é 'pastor'. Oradores improvisados dizendo 'rezas'. Pessoas aflitas, dando o que não têm. 'Não esqueçam o dízimo'. 'Se a mensalidade não for paga, o milagre demora mais'. 'Podem dar, Jesus dará em dobro. Essa é a nossa mãe.' Pode ser a febre. Afinal, a gripe é pesada. Chata. Incômoda. Incorrigível. Devo estar fazendo prodígios de imaginação. Nunca vi tanta 'igreja'. Tanto 'pastor'. Tanto pede-pede.
Escuto uma passagem de encomenda. Diz o pregador: 'A oração vai terminar para os de casa. Vai continuar para os presentes. Ponham a mão nas costas onde está a dor. Quando concluir a reza, vocês estarão curados'. Como o final da sessão só aconteceu para quem estava no templo, não fiquei sabendo de quantas 'curas' milagrosas aconteceram.
Perdão, não quero ferir susceptibilidades. Estou atônito com a angústia de quantos se acotovelam, acreditando em qualquer mensagem. Mais triste ainda: a fé virou mercadoria de consumo.
Multiplicação das igrejas
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Inquieto-me: por quê se multiplicam 'igrejas', 'templos', 'terreiros'? Esta crença? Aquela outra? São tantas e tantas que se perde a conta, enquanto o povo procura alguma coisa que ainda não encontrou.
Talvez, porque antigamente, todos os caminhos levavam a Roma. Hoje, o chavão é outro: 'Com dinheiro se vai ao céu. Somente com dinheiro.' Quase pergunto por quê o governo não se mete e não acaba com a festa? Desisto.
Pensando bem, falariam na Constituição, nos direitos, na cidadania, na liberdade de culto e religião. Mudo de canal. É outro 'pastor'.
Há tempos!
Quando querem se referir a um tempo muito antigo, falam em anos 1980. Acho graça. Anos 80 foi hoje de manhã. Certa vez, interrompi um colega veterano que contava histórias para uma estagiária sobre algo que ele viveu nos anos 50. Não assuste a garota, disse. Anos 50 estão nos livros de História. Não é algo que possa ter testemunhas ainda vivas.
Quando surgiu o disco flexível não formatado, eu acumulava umas quatro décadas de vida. Lembro como os técnicos faziam mistérios e se encerravam na sala para depois vir com a prenda na mão, toda formatada. Um dia fui ver o que faziam. Eles sentavam em frente ao micro e teclavam: format! Estava feito. Hoje, em que o disco móvel sumiu, assim como sumirá o rígido, isso tudo parece da época dos dinossauros. É que ninguém atina em algo antigo e que se diferencie da época do pince-nez e da palmatória.
Pois há uma quadra de tempo não totalmente coberta, fora do século 19, que vai dos anos 40 até o fatídico 1964. Fora da mitologia dos chamados anos dourados, de que tanto falam. Passado é um assunto complicado, pois todo mundo é especialista em memória e parece que tudo já foi esquadrinhado nos mínimos detalhes.
Discordo. Vivência e lembranças são regidas pela teoria do caos e nem com algoritmos de última geração poderemos enquadrá-las.
Há tempos!...2
O Mundo Perdido inclui sapato branco-e-marrom, terno de linho branco, chapéu de feltro, linha enredada na beira do rio, caverna feita de vários pés de umbu encordoados, uma gruta fora da cidade, calça curta, gomina no topete, conjunto Hi-Fi, pandorga com roncador, campeira preta, boina, pesca de piaba com caniço, dunas gigantescas na beira da praia, ondas de cem metros de altura na distância de um braço.
Inclui também viagem de Candango, o jipe brasileiro com tração nas quatro rodas (apto, portanto, a enfrentar qualquer barreiro) por centenas de quilômetros de terra batida, viagem de leito no Maria Fumaça, educação física às sete da manhã, cheiro de livro novo no início do ano letivo, pua afiada no pião do adversário, pedrada na vidraça, futebol no terreno baldio ao cair da noite. Dias em que o mundo fazia sentido e a dor ainda nem era notícia do rádio, que só tocava samba, guarânia e bolero.
Nomes mais bonitos
Escolher o nome ideal para um filho ou filha pode ser uma tarefa desafiadora, diante das inúmeras opções disponíveis.
Só no Brasil, há cerca de 130 mil nomes diferentes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre eles, Violeta foi destacado como o nome mais bonito do mundo, de acordo com um estudo científico.
Pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, conduziram um estudo de linguística para identificar o nome feminino com a sonoridade mais agradável. A pesquisa foi baseada nos nomes mais populares no Reino Unido.
O estudo concluiu que Violeta é o nome feminino mais bonito, por gerar um entusiasmo único e transmitir sensações positivas. Outros nomes mencionados na pesquisa incluem Rosa, Hannah, Zoe e Sofia.
A tecnologia também pode ajudar a resolver essa dúvida. De acordo com o ChatGPT, uma plataforma de inteligência artificial, listou, com base na sonoridade e significado, os nomes Aurora, Elias, Isabella, Luca e Sofia.
Audiência Pública
O Senado Federal vai realizar audiência pública para debater a lei europeia que proíbe a importação de produtos ligados ao desmatamento, uma legislação que, segundo especialistas, pode impactar as exportações brasileiras a partir de dezembro de 2024, quando o regulamento da União Europeia contra o desmatamento entrará em vigor.
A audiência foi proposta pelo senador Beto Faro, líder da bancada do PT na Casa. Faro afirma ver com preocupação “as malícias protecionistas do ato europeu e as dificuldades operacionais para a devida conformidade com os produtores brasileiros”.
A justificativa europeia para edição da lei foi que 90% da perda de florestas no mundo resultam da expansão da agricultura. A audiência pública, com data a ser definida, vai reunir representantes dos ministérios das Relações Exteriores, Indústria e Comércio e da Agricultura e Pecuária, além da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura e da Frente Parlamentar da Agropecuária.
Escândalo em Brasília
Lula demite ministro suspeito de assédio sexual
Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, caiu em razão de relatos de que investiu contra colega de Esplanada.
“Insustentável no cargo”, diz nota do Planalto.
O relato de denúncias de assédio sexual envolvendo o ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, sofrido pela ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, é o terceiro caso em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem de lidar com problemas de seus auxiliares na Esplanada dos Ministérios.
Os outros foram com a então ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e com o titular das Comunicações, Juscelino Filho. Mas ambos os fatos diferem do caso atual.
Para gravar na pedra:
“Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios; nós seremos fartos da bondade da tua casa e do teu santo templo”.
TRIVIAL VARIADO
Cada uma das seis mil bibliotecas públicas do Brasil vai receber um acervo inicial de 800 obras literárias. E, a partir de agora, os novos conjuntos habitacionais do Minha Casa, Minha Vida ganharão bibliotecas com 500 livros à disposição das famílias.
Tem mais: segundo o governo federal, o PNLL vai vigorar entre 2025 e 2034, e será construído a partir de discussões da sociedade civil.
Em tempo: o ministro da Educação, Camilo Santana, também autorizou um novo edital do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) e uma suplementação de R$ 50 milhões para a compra de acervos literários do PNLD Educação Infantil.
Morreu sexta-feira, aos 83 anos, o músico brasileiro Sérgio Mendes, ícone da Bossa Nova nos Estados Unidos. O artista morava em Los Angeles.
Vencedor de três Grammys e uma indicação ao Oscar ao longo da carreira, com a canção “Real in Rio” para a animação “Rio”, feita com Carlinhos Brown, um dos maiores sucessos de Sérgio Mendes foi “Mas que Nada”, composta por Jorge Ben Jorge, regravada por grandes artistas ao redor do mundo, como o grupo Black Eyed Peas.
Dinheiro esquecido - O Banco Central informou que R$ 8,5 bilhões estão disponíveis para resgate no Sistema de Valores a Receber (SVR).
Ninguém acertou as seis dezenas do concurso 2771 da Mega-Sena, sorteadas ontem. Com isso, o prêmio vai a R$ 40 milhões.
Estão circulando os convites para a comemoração do aniversário de Glauco Salgueiro, que será no dia 28 de setembro, às 16h, no Villa Garden Buffet. Ele vai celebrar seus bem vividos 50 anos.
Donald Trump venceu a briga com Kamala Harris sobre as regras no debate de terça-feira. Quando um adversário estiver falando, o microfone do opositor será silenciado. A democrata queria os aparelhos sempre ligados.
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