LISBOA (PORTUGAL) - O descobridor da América, Cristóvão Colombo, é português, e não italiano, diz o jornalista e escritor José Rodrigues dos Santos no seu romance histórico "O Codex 632" (O Códice 632), que toma seu título de um documento da Biblioteca Nacional de Lisboa.
"Todos os documentos que cito no livro são reais, mas escolhi o gênero da ficção porque o tema é mais ameno e permite algumas especulações", disse à EFE o escritor português.
Segundo Rodrigues dos Santos, há vários atos históricos que demonstram que Colombo "não poderia ser, de nenhuma maneira, um humilde tecelão nascido em Gênova".
O romance cita o casamento de Colombo "com uma portuguesa da alta nobreza, Filipa Moniz Perestrelo".
"E está comprovado que naquela época era inconcebível que uma nobre casasse com um plebeu", argumenta o jornalista e escritor.
A obra lembra que o filho castelhano de Colombo, Hernando, que "era uma pessoa culta, reconheceu que era um enigma a origem de seu pai, o que torna extraordinário um pai esconder esse assunto de seu próprio filho".
Rodrigues dos Santos também sustenta sua tese no livro "La Lengua de Cristóbal Colón", do espanhol Ramón Menéndez Pidal.
"Quando são consultadas as cartas e documentos escritos à mão por Colombo, se percebe uma mistura de castelhano e de português", disse o autor do livro.
Ele acrescentou que "até nas cartas que Colombo escreveu a seus amigos genoveses, ele não escreve nem em toscano nem em genovês, mas nessa mistura de castelhano e português".
Outro detalhe é que no escudo de armas do descobridor da América "aparecem quatro âncoras, mas na mesma disposição das quatro pequenas fortalezas da bandeira portuguesa", destaca Rodrigues dos Santos.
No Arquivo das Índias, em Sevilha, há uma carta escrita a Cristóvão Colombo, em 1488, pelo rei português Dom João II. Esse "trata o navegante como ''meu especial amigo'', algo fora do comum", acrescentou o autor, que diz que tudo isso faz parte de sua história.
Segundo Rodrigues dos Santos, Colombo "abandonou Portugal de forma precipitada em 1484, indo para Castela". "Nessa carta, João II lhe informou que perdoava todos os seus delitos e o convidava para que se mudasse para Lisboa, onde não seria perseguido".
"O rei João II tinha às suas ordens navegantes experientes, como Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Diogo Cão e outros. Não havia razões para chamar Colombo, salvo que fosse para outra missão", destaca o autor.
Em "O Codex 632", a missão de Colombo é "convencer os castelhanos que eles chegariam à Índia navegando em direção ao Ocidente", já que o navegante português Bartolo Dias tinha descoberto o Cabo da Boa Esperança em 1488.
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