VITÓRIA - Previsto para acontecer nos dias 12, 13 e 14 de novembro e considerado a maior micareta da região Sudeste, reunindo uma média de 300 mil foliões por dia na praia de Camburi, o Vital ¿ Carnaval fora de Época de Vitória - está proibido pela Justiça.
Principal evento turístico da capital, o Vital está com todos os camarotes vendidos ou reservados este ano. A decisão é do juiz da Vara dos Feitos da Fazenda Pública de Vitória, Cristóvão de Souza Pimentel, que atendeu pedido de liminar na Ação Civil Pública, impetrada pelo advogado Benedito Florentino, em favor da Associação dos Moradores de Jardim Camburi, o mais populoso bairro da região continental norte de Vitória, com mais de 60 mil habitantes.
A decisão inclui a determinação de que a Ondaluz Eventos, responsável pela micareta, devolva os R$ 65 mil arrecadados com a venda antecipada de camarotes, no ano passado. A empresa vai recorrer e anunciou que está aguardando mais informações sobre o caso para oficializar sua posição.
O evento havia sido incluído oficialmente no calendário turístico de Vitória um dia antes da proibição, através de ato publicado no Diário Oficial do Município. O prefeito João Carlos Coser (PT) reagiu à proibição afirmando que a "decisão judicial a gente cumpre ou recorre". A manutenção do Vital na Praia de Camburi havia sido considerada promessa de campanha de Coser.
A realização do carnaval fora de época em Camburi vem sendo contestada nos últimos cinco anos devido a sua localização e à violência crescente que se registra na cidade durante a realização do evento.
Nos últimos dois anos os vereadores de Vitória tentaram retirar o Vital da orla de Camburi, levando-o para o Sambão do Povo, no bairro Santo Antônio, zona Sul da cidade, perto da Rodoviária, ou para a Praça do Papa, localizada na Enseada do Suá.
Mas sempre encontraram forte oposição dos organizadores do evento que envolve significativo investimento, movimenta todos os hotéis da região metropolitana e é conhecido de Norte a Sul do país, atraindo caravanas de foliões em vôos especialmente fretados para a ocasião.
O juiz Cristovão de Souza, entre as justificativas para suspender a realização do Vital, destacou "o dissabor da população da Jardim Camburi e a violência" que se reflete "em toda a cidade com a mobilização de hospitais e da polícia militar". Ele citou ainda o exemplo de Recife (PE) onde o "Recifolia foi extinto pois a sociedade reclamava dos engarrafamentos, vandalismo, sujeira e violência nos dias da micareta".
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