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Integrantes do grupo Katseye revelam ter recebido ameaças de morte após estreia

Indicado ao Grammy 2025, o grupo internacional Katseye, formado no reality “The Debut: Dream Academy” enfrenta ataques e comentários racistas nas redes.

Na Mira, com informações da BBC

Atualizada em 13/11/2025 às 16h40
Integrantes do grupo Katseye revelam ter recebido ameaças de morte após estreia. (Reprodução/Katseye)

MUNDO - O grupo feminino internacional Katseye revelou ter recebido diversas ameaças de morte online desde a estreia oficial no ano passado. O sexteto, que recentemente foi indicado ao Grammy 2025 na categoria de Melhor Artista Revelação, disse à BBC News que as mensagens também atingiram seus familiares e têm causado grande impacto emocional.

“Tento me convencer de que não importa, mas receber mil ameaças de morte é perturbador”, afirmou Lara Raj, uma das integrantes. “Mesmo que não vá acontecer, é pesado.”

Ataques racistas e denúncias falsas

Lara Raj, de 20 anos, cidadã americana com ascendência tâmil-indiana, relatou ter sido alvo de comentários racistas e até denunciada falsamente às autoridades migratórias dos EUA (ICE), sob a alegação de “trabalhar e residir ilegalmente no país”.

Diante do assédio constante, a cantora decidiu abandonar o Twitter (X) para preservar sua saúde mental.

“Percebi que não sou ouvinte atenta da opinião alheia”, comentou.

Segundo as artistas, a banda optou por não detalhar o conteúdo das ameaças, mas ressaltou que comportamentos agressivos e abusivos são cada vez mais comuns em comunidades de fãs um problema que já atingiu outros nomes do cenário pop, como Chappell Roan, Muna e Doja Cat.

Outra integrante do grupo, Sophia Laforteza, destacou o peso da exposição digital:

“Nossa carreira tem sido muito curta, mas já ouvimos muita coisa, nós e nossas famílias. Sabemos que faz parte da fama, mas isso não muda o fato de sermos humanas.”

As artistas também chamaram atenção para o machismo presente nos comentários.

“As pessoas nos veem como mulheres para serem classificadas. Elas nos avaliam pela beleza, pelo canto, pela dança e nos dão uma porcentagem. Isso é tão distópico”, desabafou Lara.
A colega Manon Bannerman completou: “É muito perturbador para a mente.”

Katseye: do reality global ao estrelato

Formado em 2023, o Katseye nasceu no reality “The Debut: Dream Academy”, uma parceria entre a Hybe (mesma empresa responsável pelo BTS e Le Sserafim) e a Geffen Records, gravadora que tem em seu catálogo artistas como Olivia Rodrigo e Guns N’ Roses.

Milhares de jovens se inscreveram para o programa, mas apenas 20 foram selecionadas para a fase final — um rigoroso treinamento de dois anos, com aulas intensivas de canto, dança e performance.
Durante os ensaios, o grupo recebia feedbacks diretos e duros: “Tem que soar como uma pessoa descendo as escadas, não como um grupo de pessoas caindo escada abaixo”, lembraram as integrantes.

Hoje, a rotina é outra. O sexteto afirma que aprendeu a se sincronizar rapidamente, ensaiando até coreografias complexas em um único dia.

Sucesso global e comparações com as Spice Girls

O grupo ganhou destaque com o EP “SIS (Soft Is Strong)”, lançado em 2024, mas foi com o single “Gnarly” que alcançaram sucesso internacional.
A faixa, de apenas dois minutos e dezessete segundos, mistura batidas caóticas, sintetizadores vibrantes e vocais potentes e dividiu opiniões.
Críticos a chamaram de “estranha”, mas o público parece discordar: “Gnarly” ultrapassou meio bilhão de streams e foi descrita pelo The New York Times como “o futuro do K-pop”.

“Sabíamos que seria chocante”, contou Avanzini, integrante do grupo. “A ideia de causar impacto era empolgante.”

Entre as admiradoras da banda está Melanie C, das Spice Girls, que organizou um showcase em Londres e elogiou o grupo:

“Katseye me lembra muito as Spice Girls. Vocês representam diversidade e abrem portas para muitas pessoas”, disse a cantora britânica.

Katseye deixa mensagem de força e diversidade

Orgulhosas da formação multicultural, as integrantes destacam que a diversidade é o maior trunfo do grupo.

“Nossa prioridade é mostrar às meninas que elas devem se orgulhar de quem são, independentemente da aparência”, afirmou Bannerman.

Mesmo diante das críticas e ameaças, Lara Raj enviou uma mensagem positiva às futuras artistas de diferentes origens:

“A cor da nossa pele e nossa cultura são o nosso poder. Use isso, assuma isso. Não se sinta impedida de sonhar.”

Katseye, que mistura integrantes de diferentes países e culturas, segue consolidando seu nome no cenário global provando que o talento, a representatividade e a resiliência podem brilhar mais alto do que o ódio online.

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