Arraiá da Mira 2015

Flor de Mandacaru traz a luta das quebradeiras e emociona o público

A quadrilha trouxe, também, a história do Padre Josimo.

Rhaysa Novakoski / Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h42
A quadrilha apostou na história de luta das quebradeiras. (Foto: Angra Nascimento/ Imirante Imperatriz)

IMPERATRIZ – Com o tema Meu sobrenome é Babaçu, a quadrilha junina de Açailândia, Flor de Mandacaru, apostou no regionalismo, agradando e emocionando o público, que aplaudiu de pé o espetáculo. Sendo a penúltima apresentação na edição 2015 do Arraiá da Mira, o grupo fez o resgate das raízes do interior do Maranhão, contando a história das quebradeiras de coco.

Segundo o produtor da quadrilha, o tema foi escolhido pela necessidade de mostrar a realidade maranhense para o povo, sem brilho e glamour, mas sim com a pura realidade. Apesar de poucos adornos, a quadrilha trouxe em cada movimento a força das mulheres que contribuíram com a construção da identidade do Estado.

De acordo com a rainha da quadrilha, Carolina Coelho, eles representaram as famílias de muitos açailandenses. “A gente veio tentar passar para o público o que nossa avó, nossa mãe antigamente fazia para se manter, quebrando o coco, para ter seu alimento, com muita força e muita garra”, fala.

A Flor de Mandacaru trouxe, também, a história do Padre Josimo, um importante mobilizador na luta pelas quebradeiras de coco. Para Gustavo Cézar, o dançarino que representou o padre, passar essa história para o público foi mais importante do que competir.

Elementos das quebradeiras foram usados na dança, e houve troca de figurino ao vivo. (Foto: Angra Nascimento/ Imirante Imperatriz)

“Hoje a Flor de Mandacaru não veio para disputar, mas para contar a história de uma pessoa que estava sendo apagada por muita gente. A gente quis trazer esse trabalho para que ele viva em nossos corações, que a gente possa lutar por essas quebradeiras tão fortes, que são tão batalhadores e que buscam seus objetivos. É isso qee a gente quer, uma vitória é só uma consequência”, afirma.

Durante a apresentação diversos elementos regionais foram usados, como o cesto de babaçu, produtos criados a partir do coco e a própria palmeira. Depois de vencida a luta, as mulheres, que foram as personagens principais, mudaram de figurino na frente do público e arrancaram mais aplausos.

O casamento aconteceu entre uma das quebradeiras mais “arretadas” e um dos capatazes da fazenda do vilão da história. Mas o amor teve que ceder à luta e encontrar no trabalho um jeito de sobreviver.

Criada em 2009 por um grupo de jovens da igreja, a bicampeã da competição açailandense participou pela quinta vez do concurso em Imperatriz, e sonha com o primeiro lugar, que só foi alcançado em outras competições no Estado. “Todo ano é um desafio e o nosso maior desejo é conseguir o título e ir para Recife, para ver as grandes quadrilhas”, diz Iolanda, responsável pela quadrilha.

E a junina disputou o título com garra. A apresentação contou com a participação de um total de 90 pessoas, entre dançarinos, produtores, músicos e personagens.

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