Relembre todos os âncoras da história do Jornal Nacional
Telejornal mais tradicional do Brasil inicia nova fase com César Tralli ao lado de Renata Vasconcellos e celebra trajetória marcada por mudanças e nomes icônicos.
BRASIL - O Jornal Nacional, principal telejornal da TV Globo, completou 56 anos nessa segunda-feira (1º) e anunciou uma grande mudança: William Bonner deixará a bancada em 3 de novembro. No lugar dele, César Tralli assumirá o posto de âncora ao lado de Renata Vasconcellos, que está no programa desde 2014.
No ar desde 1º de setembro de 1969, o JN se tornou símbolo do jornalismo televisivo no Brasil, sendo o primeiro telejornal transmitido em rede nacional. Ao longo de mais de cinco décadas, passou por transformações editoriais, mudanças tecnológicas e contou com apresentadores que marcaram gerações. A seguir, veja quem já comandou o programa e conheça suas histórias.
Hilton Gomes
Hilton Gomes foi o primeiro apresentador do Jornal Nacional, ao lado de Cid Moreira. Ele estreou no dia 1º de setembro de 1969, ajudando a consolidar o formato do primeiro telejornal exibido em rede nacional. Hilton permaneceu até 1971, quando foi substituído por Ronaldo Rosas.
Além do jornalismo, Hilton se destacou como narrador de futebol, apresentador de programas de auditório, como “Oh, Que Delícia de Show”, e do Festival Internacional da Canção. Em entrevistas, dizia que o amor pela realidade e o respeito ao público eram valores fundamentais para o jornalismo. Ele morreu em 1999, aos 67 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória.
Cid Moreira
Dono de uma das vozes mais conhecidas do país, Cid Moreira se tornou sinônimo de credibilidade no telejornalismo brasileiro. Ao todo, deu “boa noite” cerca de oito mil vezes ao longo dos 26 anos em que esteve na bancada do Jornal Nacional.
Entre os momentos marcantes da carreira, está a homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade, em 1987, quando encerrou o telejornal com a pergunta “E agora, José?”. O gesto emocionou colegas e espectadores.
Em 1996, uma grande reformulação editorial do JN trouxe William Bonner e Lillian Witte Fibe para a bancada, encerrando a era de Cid no programa. O jornalista morreu em 2024, aos 97 anos, no Rio de Janeiro.
Ronaldo Rosas
Ronaldo Rosas dividiu a bancada com Cid Moreira por apenas um ano, mas ajudou a consolidar o telejornal nos anos iniciais. Sua carreira começou na Super Rádio Tupi, e ele também trabalhou na TV Manchete e na TV Bandeirantes. Fora da televisão, continuou atuando como jornalista.
Sérgio Chapelin
Sérgio Chapelin passou a integrar a bancada em 1972, formando com Cid Moreira uma das duplas mais icônicas da TV brasileira. Ele esteve à frente do JN até 1983, retornou em outras fases e presenciou grandes mudanças tecnológicas, como o uso do teleprompter, as transmissões em cores e a adoção do videotape.
Chapelin deixou o JN em 1996, junto com Cid, e se consolidou no Globo Repórter, onde trabalhou até sua aposentadoria, em 2019. “Televisão é cultura, é o que todo mundo vê e discute. É uma das coisas mais importantes do país”, disse em entrevista ao Memória Globo.
Celso Freitas
Em 1983, Celso Freitas assumiu o lugar de Chapelin ao lado de Cid Moreira. Durante sua passagem pelo telejornal, cobriu acontecimentos históricos como a redemocratização do Brasil, a morte de Tancredo Neves e a epidemia de Aids.
Após deixar o JN em 1989, Freitas comandou outros telejornais da Globo, como o Fantástico, o Jornal Hoje e o Jornal da Globo, além de ter atuado em emissoras como a Record. Reconhecido pelo estilo sóbrio, consolidou-se como um dos principais nomes do telejornalismo brasileiro.
William Bonner
William Bonner chegou ao JN em 1996, ao lado de Lillian Witte Fibe, como parte de uma grande reformulação. Com ele, o telejornal passou por diversas mudanças, incluindo a modernização do cenário em 2017 e uma linguagem mais dinâmica na apresentação das notícias.
Bonner também desempenhou papel fundamental no combate à desinformação, especialmente durante a pandemia de Covid-19. Em 2009, lançou o livro “Jornal Nacional – Modo de Fazer”, com bastidores do telejornal. Após quase três décadas no comando, Bonner deixa a bancada em novembro de 2025.
Lillian Witte Fibe
Primeira mulher a apresentar o JN de forma fixa, Lillian Witte Fibe se destacou ao tornar o noticiário econômico mais acessível ao público. Sua passagem foi de 1996 a 2000, período em que trouxe um olhar mais didático para questões como inflação e política econômica. Após o JN, seguiu carreira em portais e outros programas, como o Roda Viva, na TV Cultura.
Fátima Bernardes
Fátima Bernardes assumiu a bancada em 1998 e permaneceu por 14 anos, conquistando o público com simpatia e credibilidade. Durante sua trajetória, esteve presente em grandes coberturas, como os atentados de 11 de setembro de 2001, a morte do Papa João Paulo II e a conquista do pentacampeonato do Brasil em 2002, quando ganhou o apelido de “Musa da Copa”.
Em dezembro de 2011, emocionou colegas e espectadores ao se despedir do JN para realizar o sonho de apresentar um programa próprio. O “Encontro com Fátima Bernardes” consolidou seu espaço no entretenimento. Após 37 anos na Globo, Fátima deixou a emissora em 2024.
Patrícia Poeta
Patrícia Poeta assumiu a bancada em 2011, sucedendo Fátima Bernardes. Ela cobriu acontecimentos como a eleição do Papa Francisco em 2013 e viajou com a Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo de 2014. Em setembro do mesmo ano, deixou o JN para migrar ao entretenimento. Desde 2022, apresenta o programa Encontro.
Renata Vasconcellos
Renata Vasconcellos iniciou sua trajetória na GloboNews e passou por telejornais como Bom Dia Brasil e Fantástico antes de chegar ao JN, em 2014. Desde então, tem sido referência em credibilidade jornalística.
Renata testemunhou a modernização do telejornal com o novo estúdio em 2017 e destacou, em entrevistas, o compromisso com a transparência: “Podemos errar e nos emocionar no ar, mas sempre admitimos e corrigimos. Isso também é jornalismo”. Em novembro, ela receberá César Tralli como novo colega de bancada.
Essa é a trajetória do Jornal Nacional, um programa que acompanha a história do Brasil há mais de meio século, reinventando-se sem perder sua essência.
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