Rock in Rio 2013

Sons "calmos" dominam palco secundário em quinto dia

Mallu Magalhães e Ben Harper foram algumas das atrações dessa sexta.

Gustavo Sampaio/Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h03

RIO DE JANEIRO – Desde que deu voz aos versos e grooves do Flávio Renegado logo no primeiro dia da 13ª edição do "Rock In Rio", o Palco Sunset meneou entre agradar gregos e troianos, indo do rock mais pesado à mistura de estilos, que davam a impressão de uma grande festa em cima do palco. De lá pra cá, o festival, neste palco, foi de Maria Rita À Marky Ramone, Living Colour à Offspring e George Benson à Rob Zombie, sem nunca perder o rebolado. Em seu 5º dia, o ritmo deu uma freada e foi um tom mais calmo que predominou do turno vespertino à noite adentro.

Phill Veras: cultura maranhense em três atos

Com alguns minutos de atraso, o cantor maranhense Phill Veras subiu ao palco para desfilar um pouco de MPB e verve indie que dão base aos seus dois EPs lançados. Com o mesmo charme exibido em terras ludovicenses, o músico, juntamente com a banda de apoio, tentou "ganhar" a atenção dos poucos presentes, e obteve recepções sinceras nas canções "Como nos Meus Sonhos" e "Valsa e Vapor".

The Gift e Afrolata: ritmos portugueses e brasileiros juntos

As dobradinhas do 5º dia começavam com a integração entre o ritmo brasileiro e o português. A banda The Gift encontrava o som batucado do Afrolata no palco, mas o que se viu foi um show de versatilidade pop à parte. Tal como o show do maranhense, a plateia, ainda, era escassa.

Foto: Getty Images.

A entrada com "Made For You" e "RGB" não empolgaram tanto, mas bastou The Gift chegar com uma versão pitoresca de "Índios", do Legião Urbana, para o público começar a encher. Se empolgar, de fato, veio mesmo com a entrada do Afrolata. "Driving You Slow" e "The Singles" foram eficientes, mas continuaram transparecendo um clima calmo que, até o momento, não condizia com este palco.

Mallu Magalhães e Ouro Negro: clima de homenagem em voz jovial

O clima retrô calcado na voz pura e meiga de Mallu Magalhães daria um tom mais brando as canções de Moacir Santos. Para tanto, a cantora não buscou reforços de longe. Antes de ousar qualquer parceria com a banda Ouro Negro no palco, Mallu soube utilizar as próprias armas, que não são poucas, e nem de longe ineficientes, para mostrar canções retiradas do seu último disco intitulado "Pitanga", de 2011.

Foto: Getty Images.

"Cena", "Ô, Ana" e "Olha Só, Moreno" deram um gás para um público que começava a dar as atenções ao Sunset. Mas foi pouco. Foi tão pouco que a dispersão não tardou quando os versos de "Nanã", "April Child" e "Make Mine Blue" já invadiam a Cidade do Rock.

Até Nina Simone (com "I Don’t Mean A Thing") e Jorge Ben Jor (com "Tim Dom Bom") foram revisitados, mas não foi o suficiente. O mais próximo que o Sunset chegou de um coro na tarde dessa sexta só veio com a dobradinha de "Sambinha Bom" e "Velha e Louca", dois hits indies de Mallu. Até então, o Palco Sunset se mostrava uma barreira aos artistas.

Grace Potter And The Noctunarls e Donavon Frankeiheiter: rock, whisky e água de coco

Para o rock ter vez no Palco Sunset em seu 5º dia, faltava uma figura, carismática e divertida, para por todos para pular e dançar. Não que o rock seja necessário para tanto, mas foi esta a opção escolhida pelo rock'n'roll certeiro de Grace Potter, acompanhada dos seus The Noctunarls, que cativou o publico.

Foto: Getty Images.

Antes mesmo de Donavon Frankeiheiter assumir a dobradinha, "Never Go Back" e "Turntable" já empolgavam. "Free" e "Move By Yourself" ditaram a moda praiana, com Donavon já nos vocais, mas foi o saculejo de "Stars", lá na oitava música do set, que o agito havia se aprontado. Com as guitarras e a bateria em uma união formidável, “Paris” (com seus ohh la las) e "Medicine" deixaram a marca rock, pela primeira vez, no palco secundário.

Ben Harper e Charlie Musselwhite: aula de blues

Ben Harper foi um dos maiores nomes anunciados ao Palco Sunset nesta edição. Mas para quem esperava qualquer hit de sucesso do músico, saiu decepcionado. Daí tira-se a recepção morna do público. Mas para quem quis ver dois grandes artistas no comando de um telecurso de blues e soul, viu em Ben, e no cantor Charlie Musselwhite um momento de verdadeiro aprendizado.

Foto: Getty Images.

Com repertório baseado, principalmente, nas canções do disco que eles fizeram em parceria e que foi lançado este ano, canções como "Get Up", "Don't Look Twice" e "Blood Side Out" ressaltaram o talento de Ben Harper. Mas foi no "ladrão" da noite que o público pode buscar inspiração musical. Charlie Musselwhite se rendeu aos encantos do fim de noite na Cidade do Rock e bradou ao público com canções como "Homeless Child" e "When The Levee Breaks". Mesmo em nível inferior aos demais dias, o Palco Sunset conseguiu mostrar brilho, no fim de tudo, com uma dobradinha inesquecível.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.