Timon registra alto índice de gravidez na adolescência

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h54

TIMON - Elas estão trocando cada vez mais cedo a infância pela responsabilidade de serem mães. De acordo com levantamentos realizados pela Secretaria de Saúde de Timon, de cada 100 partos realizados nas maternidades, um terço é de adolescentes. Meninas, que mal entraram na adolescência, estão se tornando mães cada vez mais cedo. A maioria tem entre 10 e 19 anos, mal sabem o querem e desconhecem os riscos de uma gravidez na adolescência.

“A maioria dessas adolescentes não é acompanhada pela família. Em alguns casos, a família é a primeira a abandoná-las. Nem todas fazem pré-natal, o que acaba gerando partos complicados. 35% dos atendimentos realizados aqui são de adolescentes que desconhecem o risco da gravidez”, explica a assistente social da maternidade do município, Marineuda Marques.

Entre os principais problemas de uma gravidez precoce estão os riscos de morte que mãe e filho podem enfrentar durante o processo de parto. A gravidez na adolescência quase sempre é não planejada e, por isso, indesejada. Desde 1970, a incidência de casos tem aumentado, ao mesmo tempo em que tem diminuído a média de idade das adolescentes grávidas. Na maioria das vezes, a gravidez na adolescência ocorre entre a primeira e a quinta relação sexual. As grávidas procuram o serviço de saúde entre o terceiro e quarto mês de gravidez.

Internação

O parto normal é a primeira causa de internação de brasileiras entre 10 e 14 anos de idade nos hospitais que têm convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) em todos os estados brasileiros. “O próprio corpo ainda não está formado. Na maioria dos casos não há espaço para que essas meninas tenham seus filhos de parto normal, o que caba gerando cada vez mais partos cesarianos, um perigo para as mães e os bebês”, explica a enfermeira Fátima Costa.

Com a gravidez na adolescência muitos sonhos se desfazem. Daniele Araújo, hoje com 21 anos e o filho Gabriel com 5 anos, disse que perdeu estudo, vida social e, às vezes, sente até solidão. Ela afirma que não está arrependida por ter tido o filho, mas se tivesse tido chance teria adiado a maternidade.

“A gente passa por um momentos difíceis quando se descobre grávida na adolescência. Tem que enfrentar muitas coisas e pior ainda se o pai da criança abandona a gente sem explicação, então temos responsabilidade mais cedo e perdemos muita coisa com isso”, enfatiza ela.

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