Após denúncia...

Justiça abre inquérito para investigar golpe em trabalhadores do MA

Na noite dessa terça-feira (23), eles deram início à viagem de volta a São Mateus.

Imirante.com, com informações do MpT-MA

Atualizada em 27/03/2022 às 11h42
(Foto: Reprodução / EPTV)

SÃO MATEUS DO MARANHÃO – Cerca de 88 trabalhadores maranhenses deixaram, essa semana, o município de São Mateus do Maranhão e percorreram mais de 2,4 mil km com a expectativa de trabalhar na empresa Mattel Montagens e Serviços, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Entretanto, tudo não passou de um golpe. Eles foram com a promessa de receberem salários entre R$ 1,4 e R$ 1,7 mil. No entanto, ao chegarem à rodoviária, nenhum representante da suposta empresa contratante estava presente para recebê-los. Eles, então, ficaram em um posto de combustíveis até serem acolhidos pela Central de Triagem e Encaminhamento ao Migrante/Itinerante (Cetrem).

Antes da viagem, foi exigido que eles pagassem R$ 250 para a empresa que os contratou e R$ 350 para a empresa de ônibus. Após denúncia da situação, o Ministério Público do Trabalho do Maranhão (MPT-MA) abriu inquérito para investigar o caso. O responsável pela investigação será o procurador Luciano Aragão, da Procuradoria do Trabalho de Bacabal. Ele confirmou que se deslocará para São Mateus ainda nesta quarta-feira (24) para averiguar a situação da empresa que fez o transporte dos trabalhadores.

Na noite dessa terça-feira (23), os homens iniciaram a viagem de volta a São Mateus. As despesas foram pagas pela por uma empresa de ônibus e pela esposa do suposto contratante dos trabalhadores. As prefeituras de Ribeirão Preto e de São Mateus estão custeando as despesas de traslado.

Outros casos

No ano passado, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizou 248 ações de fiscalização e resgatou 1.590 trabalhadores em condições análogas à escravidão em todo país. Os cinco Estados em que mais ocorreram ações fiscais foram Minas Gerais, Pará, São Paulo, Maranhão e Tocantins.

No Maranhão, 1.641 trabalhadores foram aliciados, o que coloca o estado em 2º lugar no fornecimento de mão de obra escrava, atrás apenas de Minas Gerais. Entre as atividades com maior incidência estão pecuária, construção civil, indústria madeireira, agricultura e carvão.

Atualmente, o MPT no Maranhão possui 19 investigações sobre aliciamento de trabalhadores. O órgão já ingressou com 17 ações civis públicas dentro dessa temática e recebeu, nos últimos cinco anos, 101 denúncias de recrutamento irregular de trabalhadores.

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