Acordo descumprido

Trabalhadores de empresa de ônibus de São Luís cruzam os braços por falta de pagamento

A paralisação de hoje (11) é feita por motoristas e cobradores da empresa Patrol, do Consórcio Upaon-Açu.

Imirante.com, com informações da TV Mirante

Atualizada em 26/03/2022 às 19h09
Rodoviários se concentram na porta da Patrol. Foto: Olavo Sampaio.
Rodoviários se concentram na porta da Patrol. Foto: Olavo Sampaio.

SÃO LUÍS – Rodoviários de uma empresa do transporte público, que opera na capital, cruzam os braços, na manhã desta quinta-feira (11), em razão da falta de pagamento dos salários e do tíquete-alimentação. Segundo eles, o acordo que havia sido feito após a greve não está sendo cumprido.

A paralisação de hoje é feita por motoristas e cobradores da empresa Patrol, do Consórcio Upaon-Açu, que se concentram na garagem, na avenida Jerônimo de Albuquerque, na Curva do 90, no bairro Vinhais, para reivindicar o pagamento de salário atrasado, além de quatro meses sem tíquete-alimentação e plano de saúde. A informação foi confirmada, por telefone, pelo presidente do Sindicato, Marcelo Brito.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão (Sttrema), Marcelo Brito, esta e outras empresas não estão pagando os trabalhadores, conforme havia sido acordado com a Prefeitura de São Luís na semana passada.

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A Patrol opera com linhas da região da Cidade Operária, Cidade Olímpica, Jardim Tropical e adjacências.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou que a frota da Patrol, que é de 12 veículos, foi remanejada para outras empresas no sentido de não deixar de atender os usuários nesta quinta. Leia na íntegra:

"Sobre a paralisação ocorrida nesta quinta-feira (11), da empresa Patrol - que integra o Consórcio Upaon Açu - a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informa que a frota operante da mesma é de 12 veículos e que esse total de veículos já foi remanejado da frota de outras empresas do consórcio responsável para dar cobertura total aos serviços prestados pela empresa Patrol e, dessa forma, atender normalmente a população.

A SMTT ressalta que já está buscando informações junto ao SET, uma vez que o mesmo se comprometeu em cobrar das empresas o cumprimento do acordo com os rodoviários".

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), por sua vez, disse que "a Prefeitura de São Luís ainda não cumpriu totalmente o acordo firmado no dia 1º, o que está impossibilitando que algumas empresas também cumpram os compromissos firmados". Leia a nota completa:

"O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) informa que, desde o dia 1º de novembro, após acordo firmado com a Prefeitura de São Luís e o Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, que deu fim à greve dos trabalhadores do transporte público da capital, diariamente tem dialogado com as partes envolvidas e buscado solução para sanar os ruídos de comunicação e dissipar qualquer tipo de atrito ou descontentamento por parte de empregados e empregadores.

Contudo, informa que a Prefeitura de São Luís ainda não cumpriu totalmente o acordo firmado no dia 1º, o que está impossibilitando que algumas empresas também cumpram os compromissos firmados, gerando movimentos extremados de trabalhadores descontentes com toda essa situação. E, mesmo após o fim da greve, que durou 12 dias, trabalhadores de algumas empresas ameaçam deflagrar nova paralisação, o que vinha sendo evitado nos diálogos que o SET mantém com a categoria.

Diante desse cenário, o SET reitera a necessidade de retomar o diálogo e buscar, juntos, a resolução dos conflitos, com vista a não trazer ainda mais prejuízos para a população, que direta ou indiretamente é impactada pela falta de transporte público na capital maranhense. O cumprimento do que foi acordado pelo SET necessita, impreterivelmente, que a Prefeitura de São Luís também cumpra, integralmente, a sua parte no acordo."

Movimento grevista

Por 12 dias, os rodoviários ficaram em greve na Grande São Luís. O movimento só chegou ao fim no dia 1º de novembro. Segundo o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) e o Sindicato dos Rodoviários aceitaram a proposta feita pela gestão municipal da capital, sem haver aumento da tarifa. Com isso, os trabalhadores voltaram ao trabalho ainda naquele dia.

Greve teve início no dia 21 de outubro, afetando diretamente 700 mil usuários do transporte público. (Foto: Paulo Soares / Grupo Mirante)
Greve teve início no dia 21 de outubro, afetando diretamente 700 mil usuários do transporte público. (Foto: Paulo Soares / Grupo Mirante)

Durante o encontro ficou definido que os trabalhadores receberiam:

- Reajuste salarial de 5%
- Percentual de 6% no tíquete-alimentação, que corresponde a R$ 620.
- Não haverá descontos nos doze dias de paralisação nos salários dos trabalhadores rodoviários
- As empresas que estão com meses de salários atrasados, teriam o prazo de pagamento até 3 de novembro.

Este acordo, no entanto, está sendo descumprido por algumas empresas, de acordo com o presidente do Sttrema.

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