Há uma movimentação de aliados do governador Flávio Dino (PSB) há mais de duas semanas para que o socialista não decida agora em novembro sobre o candidato de seu grupo para o governo do Maranhão. As movimentações vêm dos pré-candidatos Simplício Araújo (SD) e Felipe Camarão (PT), que querem mais tempo para se encaixar nos critérios estabelecidos pelo próprio Dino para escolha de “seu escolhido”.
Em entrevistas, Simplício Araújo – que é secretário estadual de Indústria e Comércio – tem dito que o ideal será Flávio Dino definir os rumos do grupo no próximo ano pouco antes de deixar o governo no início de abril.
A mesma ideia compartilha o secretário de Educação, Felipe Camarão. Os dois, claro, precisam de mais tempo para organizar suas pré-candidaturas e se encaixar no que pretende o governador.
No caso de Simplício, ele espera que seja aclamado pela sociedade para se impor enquanto candidato. Tem tido pouca articulação política.
Felipe Camarão chegou bem depois e corre contra o tempo para pontuar melhor nas pesquisas de intenção de votos. Por ser de um partido forte, Camarão tem somente (se depender dos critérios de Dino) somente a questão da avaliação popular, por isso, precisa de melhores percentuais nas pesquisas.
Ao contrário de Camarão e Simplício, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha (PDT) – principalmente o último – querem para o mais imediato possível a definição de Flávio Dino.
Os dois esperam há muito tempo esta posição e estão em campo – mesmo com a pandemia – para tentar cumprir os critérios de Dino.
As bolsas de apostas estão abertas e palacianos dizem que Flávio Dino não deve esperar a virada do ano para definir, de uma vez por todas, como vai se posicionar na corrida pelo Palácio dos Leões.

Em novembro
Ao jornalista Olavo Sampaio, da TV Mirante, Flávio Dino disse que acredita que a definição será apresentada ainda este mês.
Claro que, para dar caráter democrático a sua decisão, o governador do Maranhão dá ao diálogo entre os membros de seu grupo o fato principal para a definição.
Apesar de não ocorrer desta forma, Flávio Dino tenta passar a ideia de união do grupo sem que este esteja realmente com perspectivas de caminhar de mãos dadas em 2022.

Vai demorar
E mesmo considerando uma decisão em novembro – até para manter o discurso apresentado ainda no primeiro semestre este ano – Dino não tem interesse de anunciar qualquer candidatura agora.
O socialista espera a definição do PT sobre candidatura à presidência, e posição da legenda em relação às disputas estaduais.
Pelo calendário petista, as definições partidárias para 2022 deverão ocorrer somente em abril do próximo ano.

Ponto forte
Mesmo com a possibilidade de Flávio Dino decidir por um nome para a disputa pelo Paláco dos Leões em 2022 já este ano, Felipe Camarão segue tentando manter a estratégia de se fortalecer como um nome viável para ser da chapa majoritária.
Mesmo sem a certeza de que terá o aval da direção nacional do PT, Camarão segue lançando pré-candidatura e reunindo aliados (minoria petista) para tentar se fortalecer no processo.
Ele é visto como um ponto forte para Flávio Dino convencer a direção nacional do PT a se aliar ao projeto estabelecido pelo socialista.

Nas mãos
Ficará nas mãos do presidente da Câmara Municipal de São Luís a definição de quem será “o pai” da CPI dos Transporte Público.
Chico Carvalho apresentou primeiro, reunindo o número de votos necessários. A de Marquinhos veio depois, mas o parlamentar reivindica a autoria por ter uma assinatura a mais.
Pelo regimento interno da Câmara, se tiver coincidência de assuntos de propostas, a primeira a ser apresentada é que deve prevalecer.

Presidente decide
Esta CPI, no entanto, ainda depende do presidente da Câmara Municipal, vereador Osmar Filho (PDT), para ser instalada.
A proposta se encontra na Procuradoria-Geral da Casa.
Após este parecer, o presidente da Casa vai definir datas para indicação de membros e instalação de fato da comissão.

Conversas

O fim de semana deve ser de muitas conversas e negociações devido à proximidade com a semana em que a PEC das mudanças nas emendas impositivas deverá entrar na pauta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa.
O presidente da Casa, Othelino Neto (PCdoB), vai tentar a todo custo evitar uma derrota e assim manter sua liderança na Assembleia.
Já o governador Flávio Dino, está pressionando sua articulação política para que não haja derrota na CCJ e, se precisar, no plenário.

E mais

- E nesta disputa, Dino está em vantagem. Se a PEC tiver parecer negativo na CCJ, precisa ir a plenário e obter 22 votos.

- Na prática, Othelino tem atualmente 17 nomes que disseram votar a favor da proposta. No entanto, destes, três poderão mudar de ideia.

- Como esta PEC tem um simbolismo em relação às eleições de 2022, nem Dino e nem Othelino pretendem perder a questão.

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