Versão impressa

Jornal O Estado para de circular neste fim de semana e deixa um legado no jornalismo maranhense

O conteúdo de qualidade e credibilidade que sempre marcou o jornalismo de <b>O Estado</b>, agora será direcionado às plataformas digitais.

Imirante.com, com informações da TV Mirante

Atualizada em 26/03/2022 às 19h22
Jornal O Estado é o periódico de maior circulação no Maranhão. (Foto: De Jesus / O ESTADO)
Jornal O Estado é o periódico de maior circulação no Maranhão. (Foto: De Jesus / O ESTADO)

SÃO LUÍS – Sessenta e dois anos cobrindo o dia a dia do Maranhão. O que é notícia está nas páginas de O Estado. Mas a partir deste fim de semana, o maior jornal do Maranhão vai deixar de circular, deixando um grande legado na comunicação maranhense.

Fundado em 1973, período em que José Sarney, então ex-governador do Maranhão, e o amigo, Bandeira Tribuzi, compraram o jornal O Dia e deram um passo importante na construção do jornalismo maranhense, O Estado se consolidou como o principal jornal do Maranhão.

“O Estado do Maranhão foi um sonho que eu e Tribuzi tivemos, porque nós achávamos que a imprensa do Maranhão precisava se modernizar. Queríamos fazer um jornal moderno, e realmente fizemos um jornal moderno. Foi o primeiro jornal colorido do Estado, foi o primeiro jornal de composição A3 e mudou a linguagem. Nós deixamos de fazer aquele jornal de politicagem local, para fazer um jornal com os problemas do Estado”, conta José Sarney, fundador do jornal O Estado.

Redação do jornal O Estado em 1992. (Foto: Arquivo / O ESTADO)
Redação do jornal O Estado em 1992. (Foto: Arquivo / O ESTADO)

Pioneirismo

Pioneiro mas sempre atual, contou histórias marcantes ao longo das mais de duas décadas, apostando na capacidade técnica e de pessoal. Não a toa se tornou o principal periódico do Maranhão, e tornou a relação com o leitor ainda mais próxima. Além das notícias do dia a dia, as colunas viraram uma referência.

“Nos últimos anos tive esse grande prazer de ter uma coluna no jornal, que realmente foi um jornal que revolucionou, que mudou toda essa visão que a gente tinha da imprensa no Maranhão. Infelizmente, nós estamos chegando no momento em que a imprensa gráfica ela está começando a desaparecer. Não é de São Luís, isso é um fenômeno mundial, um fenômeno universal”, diz Benedito Buzar, colunista de O Estado.

Fachada do jornal O Estado em 1985. (Foto: Arquivo / O ESTADO)
Fachada do jornal O Estado em 1985. (Foto: Arquivo / O ESTADO)

Escola de profissionais

Um jornal feito por quem vive a notícia, como a coordenadora de redação de O Estado, Selma Figueiredo, que passou por praticamente todos os setores do jornal, desde que começou a trabalhar em O Estado, ainda como estagiária, há 27 anos. A colaboração de todos da equipe sempre fez diferença na qualidade de todo o conteúdo produzido pelo periódico.

“A equipe toda, o jornal inteiro ele trabalha de uma forma muito conjunta, e eu acho que é isso que faz com que no final esse trabalho seja tão produtivo, você alcança realmente o objetivo”, explica Selma Figueiredo.

Jornalistas Edwin Jinkings, Clóvis Cabalau, Selma Figueiredo e Wal Oliveira, na redação de O Estado, em 2003. (Foto: Arquivo / O ESTADO)
Jornalistas Edwin Jinkings, Clóvis Cabalau, Selma Figueiredo e Wal Oliveira, na redação de O Estado, em 2003. (Foto: Arquivo / O ESTADO)

Um legado que deixa uma marca na vida de quem já teve o privilégio de trabalhar em uma das principais redações de jornal do país.

“O jornal sempre foi o melhor jornal do Estado, desde que foi lançado, e terminamos com essa grande vitória: somos o jornal de maior circulação ainda hoje do Estado”, ressalta José Sarney.

José Sarney, um dos fundadores do jornal O Estado. (Foto: Paulo Soares / O ESTADO)
José Sarney, um dos fundadores do jornal O Estado. (Foto: Paulo Soares / O ESTADO)

Qualidade e credibilidade

O conteúdo de qualidade e credibilidade que sempre marcou o jornalismo de O Estado, agora será direcionado às plataformas digitais. Os profissionais serão redirecionados às atividades do digital.

As páginas de papel se transformarão em páginas de navegação modernas e ainda mais atrativas, mais um passo na construção de um jornalismo sério, responsável e respeitado.

“É um fim de ciclo, mas não é um fim de linha. Então, o bom jornalismo permanece, não só nos profissionais, mas em tudo o que o jornal O Estado nos ensinou: fazer um jornalismo correto. Que é a marca do jornal e que permanece viva, sempre”, afirma Clóvis Cabalau, diretor de redação de O Estado.

Jornaleira vendendo exemplares de O Estado na capital maranhense em 1997. (Foto: Arquivo / O ESTADO)
Jornaleira vendendo exemplares de O Estado na capital maranhense em 1997. (Foto: Arquivo / O ESTADO)

Fim de circulação da versão impressa

O Estado vai dar adeus às impressões. A última edição circula neste fim de semana. O Grupo Mirante entende as novas formas de consumo da notícia e prepara uma reformulação.

"É importante a gente explicar para o leitor que ele não vai ficar órfão. A gente não está acabando com o jornal. Nós estamos fazendo um movimento natural. As pessoas decidiram que hoje elas preferem ler de uma maneira mais dinâmica pela internet, pelas páginas, pelo celular, pelo seu computador, e a gente tem que respeitar isso. Então nós estamos continuando esse nosso movimento de estar a frente dos hábitos. É mais uma ação de modernização mesmo”, explica Marcus Sarney, diretor executivo do Grupo Mirante.

Marcus Sarney em entrevista à TV Mirante. (Foto: Paulo Soares / O ESTADO)
Marcus Sarney em entrevista à TV Mirante. (Foto: Paulo Soares / O ESTADO)

Assista no Globoplay a reportagem completa exibida no JM1, da TV Mirante. Clique aqui.

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