Análise

Declaração de Lula frustra projeto e freia Felipe Camarão

Ex-presidente da República concedeu entrevista exclusiva aos jornalistas Clóvis Cabalau e Carla Lima, no quadro Bastidores da TV Mirante, transmitida na edição de hoje do Bom Dia

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 27/03/2022 às 11h02
(Foto: Reprodução / TV Mirante)

SÃO LUÍS - A declaração do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de veto a uma eventual candidatura própria do PT no Maranhão para o Governo do Estado em 2022, frustrou e deve diminuir o ímpeto do secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão.

Lula afirmou que apesar de a legenda ter legitimidade na busca por uma candidatura própria, esse cenário não se consolida no Maranhão. O posicionamento do petista foi dado em entrevista exclusiva concedida aos jornalistas Clóvis Cabalau e Carla Lima, do núcleo de Política do Grupo Mirante, e que foi veiculada na edição de hoje do quadro Bastidores, do Bom Dia Mirante.

Recém-filiado ao PT, e sem qualquer histórico de militância partidária de esquerda, Camarão pertencia aos quadros do DEM e foi conduzido ao partido de Lula numa articulação direta do Palácio dos Leões.

Num primeiro momento, logo após ter anunciado a sua saída do DEM, Camarão afirmou publicamente que pretendia apenas disputar uma vaga à Câmara Federal.

Semanas depois, o nome do gestor começou a circular como provável candidato a vice na chapa majoritária do pré-candidato Carlos Brandão (PSDB).

Há pouco menos de duas semanas, contudo, Camarão voltou a se posicionar sobre 2022, e não descartou uma candidatura própria. Na ocasião, ele assegurou fidelidade ao governador Flávio Dino (PSB) e disse estar pronto para “qualquer missão”.

Pois bem.

Empolgado com a valorização de seu nome dentro do núcleo político do Palácio dos Leões, Camarão acompanhou Lula em quase toda a agenda do petista em São Luís na semana passada.

Quase que como um militante histórico do PT, Camarão defendeu o nome do ex-presidente para a República e elevou segmentos pilares da legenda como o trabalho rural, o MST, o sindicalismo e os movimentos estudantis.

Nada disso, contudo, parece ter comovido Lula.

O ex-presidente enfatizou que o PT não vai lançar candidatura própria no Maranhão e deve fechar um acordo e apoiar um outro pré-candidato no Maranhão.

Um posicionamento firme e que surge como um balde de água fria nas pretensões de Camarão e de Dino - que buscava no aliado uma opção de consenso ao imbróglio Weverton Rocha (PDT) x Carlos Brandão -.

A bem da verdade é que Camarão não carrega consigo o DNA do PT. E o PT não pareceu disposto a emprestar esse mesmo DNA ao jovem secretário.

A conta não fechou.

É hora, portanto, de replanejar os passos.

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