Análise

Rayssa Leal e falta de incentivo à prática de esportes no Maranhão

Depois da conquista da medalhista olímpica, lideranças políticas e até agremiações partidárias tentaram "faturar"

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 27/03/2022 às 11h02
(Foto: Reprodução / SporTV)

SÃO LUÍS - O desempenho da atleta maranhense Rayssa Leal, conhecida carinhosamente como “fadinha”, com a conquista de uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, levantou novamente a discussão a respeito da falta de incentivo à prática esportiva no Maranhão.

Natural da cidade de Imperatriz, Rayssa Leal desembarcou nesta quarta-feira no estado e foi recepcionada com festa pela população imperatrizense.

Sem estrutura adequada para treinar nos últimos anos, fadinha contou com o apoio da família, de amigos e com muita força de vontade para superar as dificuldades.

Em 2019, por exemplo, logo depois de ter conquistado o campeonato nacional na categoria principal do skate, torneio realizado em São Paulo naquela ocasião, ela retornou para o estado e ficou sem treinar por alguns meses por falta de um espaço adequado.

Naquela ocasião a Praça Mané Garrincha, que conta com uma pista de skate que servia para o treinamento da menina, estava precária, com buracos, e precisou ser fechada para uma reforma.

Um detalhe interessante era que - àquela altura a atleta já estava na expectativa por uma vaga nos Jogos Olímpicos, inicialmente previstos para o ano seguinte: 2020.

Com a pandemia da Covid-19 as olimpíadas foram adiadas para 2021 e Rayssa conseguiu treinar por mais alguns meses e participar de outras competições neste intervalo.

O curioso é que logo após a conquista da medalha de prata em Tóquio, foram incontáveis os políticos e agremiações partidárias que tentaram faturar com o desempenho da atleta.

Deputados estaduais e federais, vereadores e até secretários de Estado vincularam a conquista da atleta a uma intervenção particular destes em favor do esporte.

No entanto, como bons observadores, conseguimos ter a exata dimensão da coisa.

Rayssa batalhou por anos ao lado dos pais e patrocinadores da iniciativa privada, para poder ter uma estrutura mínima para treinar no estado.

Tentar fazer crer que o cenário era favorável à pequena fadinha, é desonestidade intelectual, para não classificar de outra forma.

Rayssa é uma guerreira.

Por isso o seu esforço individual deve ser ainda mais valorizado.

Abaixo aos oportunidades de plantão.

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