Análise

Fim de restrições: era necessário neste momento?

Governador Flávio Dino (PSB) anunciou nesta terça-feira, 20, suspensão de medidas restritivas adotada ainda em março deste ano devido aos números ruins da pandemia do novo coronavírus no Maranhão

Thiago Bastos/Editoria de Política

Atualizada em 27/03/2022 às 11h02
Flávio Dino anunciou reabertura de cinemas e teatros além de suspensão de medidas restritivas para o comércio
Flávio Dino anunciou reabertura de cinemas e teatros além de suspensão de medidas restritivas para o comércio (Foto: Reprodução / YouTube)

A entrevista coletiva concedida pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), em que o mesmo anunciou uma série de medidas que flexibilizam de forma inédita desde o início da pandemia determinados eventos criou um misto de sensações. Em algumas pessoas, criou-se o sentimento de que o “pior já passou”. Em outras, o pensamento é de cautela e desconfiança.

Para corroborar com a tese, o governador demonstrou em gráficos, segundo ele (com base em relatórios técnicos avalizados pela Secretaria Estadual de Saúde) a comprovação de queda na ocupação de leitos, na curva de infectados e na circulação do vírus. Segundo Dino, trata-se de um “efeito claro” e inconteste da vacinação no estado do Maranhão.

Dentre as medidas que mais chamaram a atenção, está a ampliação de permissão na capacidade máxima de eventos em locais abertos (até 400 pessoas) e reabertura de cinemas e teatros. De acordo com o governador, ainda que com as concessões, é obrigatório o uso nestes ambientes de máscaras e preconização do distanciamento social.

Sobre as regras para a inclusão destas orientações em locais como cinemas, por exemplo, o governador não deu mais detalhes. Ainda de acordo com o gestor, sobre as medidas, outro anúncio importante foi a autorização para retomada, de forma híbrida, das aulas na rede pública estadual a partir do dia 2 do próximo mês.

Observando em paralelo as medidas do governo maranhense e considerando o aval técnico para a consolidação desta nova flexibilização, são ações que deixam – no mínimo – o governo com a total responsabilidade caso haja regressão no aparente controle da pandemia do coronavírus no Estado.

Ao mesmo tempo em que o governador maranhense transpareceu discurso de controle de determinadas restrições, o que já se vê na prática – na Grande Ilha – por exemplo é um total desrespeito às medidas de distanciamento, como se viu nos flagrantes mostrados por O Estado em sua edição desta terça-feira, dia 20 de julho, com aglomerações e pessoas sem máscara em praias e bares.

Se por um lado, o governador – ainda em 2020 – foi taxado de rigoroso demais (com adoção inédita no país de determinações como o lockdown e fechamento da Ilha), em 2021, o Dino finalmente decidiu “pagar para ver”, com autorizações mais liberais.

No entanto, a percepção (dos mais leigos inclusive) era de que a precaução ainda seria necessária, em meio a um cenário de controle da pandemia em que o Brasil (incluindo o Maranhão) largou atrás em relação a outras partes do mundo.

Tomara que a gestão pública saiba o que está fazendo.

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