Análise

"Novela" da Sputnik V está longe de acabar

Consórcio Nordeste já enviou documento do Instituto Gameleya para a Anvisa e aguarda a posição da agência sobre a Sputnik V

Gilberto Léda/Da Editoria de Política

Atualizada em 27/03/2022 às 11h03
Flávio Dino não descarta nova ação no Supremo Tribunal Federal para tentar liberar importação da Sputnik V
Flávio Dino não descarta nova ação no Supremo Tribunal Federal para tentar liberar importação da Sputnik V (Foto: Reprodução)

A julgar pela fala do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), nesta sexta-feira (30), em mais um pronunciamento sobre o panorama da pandemia da Covid-19 no país e no estado, está longe de acabar o que já se tornou uma novela em relação à compra da vacina russa Sputnik V.

Estados do Norte e do Nordeste já contrataram mais de 60 milhões de doses do imunizante. Mas, por ora, ninguém pode importar, porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontou uma série de problemas com a vacina - entre eles, a presença ou não de adenovírus com capacidade de replicação no corpo dos pacientes que receberem doses da vacina – e barrou sua inclusão no Plano Nacional de Imunização (PNI).

Pelo menos por ora.

Na manhã de hoje, o governador maranhense garantiu que o Instituto Gamaleya, responsável pela vacina russa, já encaminhou à agência brasileira os documentos para uma nova tentativa de aprovação da importação do imunizante por estados e municípios brasileiros.

Mas não apenas isso: segundo ele, os governadores não descartam nem mesmo a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), caso a Anvisa volte a negar autorização de importação, mesmo após o envio desses novos documentos.

Em outra arena, os desenvolvedores da Sputnik V tentam esticar uma corda com a própria Anvisa. Acusam o órgão de repassar informação falsa sobre o imunizante – sobretudo aquela que diz respeito à existência de adenovírus replicantes em lotes cujos documentos foram apresentados – e dizem que vão processá-lo no Brasil.

A agência, por outro lado, defendeu-se numa coletiva, apresentando documentos, relatórios e imagens de reuniões para comprovar que tudo o que fora informado ao se rejeitar o pedido de importação está contido em material entregue ao Brasil pelos próprios russos.

Debates (e ameaças de processo) à parte, o fato é que os brasileiros seguem sem uma quarta vacina à sua disposição – já que pelos menos as primeiras doses do imunizante da Pfizer começaram a chegar.

E, a depender dos próximos capítulos da “Novela Sputnik V”, assim permanecerão ainda por um tempo.

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