Análise

A corrupção nas entranhas da política

O Maranhão acordou nesta quinta-feira, 15, com a notícia de mais uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual contra desvio de recursos públicos no estado

Ronaldo Rocha/Da editoria de Política

Atualizada em 27/03/2022 às 11h03
Deputado federal Júnior Lourenço é acusado pelo MP de contribuir para o desvio de R$ 22 milhões na cidade de Miranda do Norte
Deputado federal Júnior Lourenço é acusado pelo MP de contribuir para o desvio de R$ 22 milhões na cidade de Miranda do Norte (Foto: divulgação / Câmara dos Deputados)

São Luís - A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços situados em São Luís, São José de Ribamar, Bom Jardim, Paço do Lumiar e Miranda do Norte - este último -, foco nas investigações.

O deputado federal Júnior Lourenço e Carlos Eduardo Fonseca Belfort, ambos ex-prefeitos de Miranda do Norte, foram alvo das ações determinadas pela Justiça no bojo da Operação Laços de Família. Segundo o MP, existem ligações de muita proximidade entre as duas famílias, e isso se estende à esfera política de cada um.

De acordo com a Polícia Civil, as investigações tiveram início a partir de denúncia do Tribunal de Contas da União (TCU) a respeito de desvios de recursos realizados no período de 2017 a 2020, durante a gestão do ex-prefeito de Miranda do Norte Carlos Eduardo, que é conhecido como Negão.

Ele teria utilizado recursos públicos para quitar dívidas pessoais. O mesmo artifício, segundo os investigadores, foi aplicado pelo também ex-prefeito e atual deputado federal, Júnior Lourenço, que esteve à frente da administração municipal de Miranda do Norte no período de 2009 a 2016.

O dinheiro desviado dos cofres públicos poderiam ter sido utilizados para a melhoria da qualidade de vida da população, que hoje sofre grave crise financeira por conta da pandemia da Covid-19.

Mas esta não foi a primeira e nem será a última operação policial para combater organizações criminosas na política maranhense e do país.

Há uma semana, por exemplo, a Polícia Federal deflagrou na capital a Operação Tempo Real e cumpriu mandados de busca e apreensão na residência do ex-secretário municipal de Saúde, Lula Fylho, suspeito de comandar uma quadrilha que desviou recursos federais destinados pela União para o enfrentamento do coronavírus.

De acordo com a PF, Lula Fylho, enquanto gestor da saúde municipal, atuou para o consolidar o superfaturamento na compra de máscaras.

Algo surreal, se tratando especificamente do momento de combate a uma pandemia e do insumo utilizado como objeto para os desvios. O ex-secretário nega os crimes.

A prática da corrupção é uma realidade na política.

Lamentável que o dinheiro público seja tomado do cidadão. Lamentável que a coisa pública seja tratada com tanto desprezo e irresponsabilidade.

É por isso que enquanto muitos morrem de fome - num estado em que a miséria só cresce -, outros esbanjam carrões, mansões e muito dinheiro surrupiado no bolso.

A coisa não muda...

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