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SÃO LUÍS – Após o episódio de racismo sofrido pelo participante João do BBB 21, um professor maranhense de dança e profissional de Educação Física contou momentos de sua vida em que vivenciou uma dor semelhante, relacionada também ao cabelo black power.
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Felipe Froes usou o próprio perfil em rede social para contar situações que o abalaram e acabaram interferindo na sua autoestima. Ao Imirante.com, Felipe enviou um vídeo relatando esses momentos.
“Eu recebi várias criticas em relação aos meus cabelos e vários comentários maldosos que, pra mim, eu tinha que ver como brincadeira”, destacou.
O professor de dança contou que já perdeu trabalhos porque havia adotado o cabelo black power. Segundo Felipe, o estilo começou a chamar a atenção dele na adolescência, porém o preconceito das pessoas passou a machucar o jovem, que preferiu até desistir de receber as fotos da formatura em razão das piadas.
Felipe chegou a pensar em rapar a cabeça para iniciar um procedimento de prótese capilar. “Eu queria ter o cabelo liso, porque as pessoas me impuseram isso. E eu acreditei que tendo o cabelo alisado eu teria mais oportunidade para as coisas, tanto em relacionamentos, trabalho, essas coisas”, relembra.
Racismo é crime
“Eu vi muitos relatos de pessoas negras e de histórias que se repetem. Aqui no Maranhão não é diferente”, relatou a advogada e membra da Comissão da Verdade da OAB-MA Erika Verde Travassos.
Ela explicou que frases e atitudes de cunho racistas e preconceituosas ficaram normalizadas no inconsciente coletivo, o que é errado. “Não podemos achar normal uma pessoa comparar um cabelo afro, um cabelo black power - como o cabelo do João, - com o cabelo dos homens das cavernas”, disse referindo-se ao episódio do BBB 21.
“O Rodolffo fez um comentário infeliz. O preconceito não precisa sair da boca com intenção direta, ele pode vir de uma reprodução inconsciente, como foi o caso do Rodolffo. Isso não tira o peso do preconceito sobre aquele que ouve”, afirmou a advogada Erika.
Ela destacou ainda que a Constituição Federal tornou o racismo crime inafiançável e que não prescreve. “E o Código Penal também tipificou o crime de injúria racial, que quando alguém usa palavras depreciativas à raça ou cor da vítima com o objetivo de ofender”, completou.
A advogada finalizou propondo uma reflexão. “É urgente que pessoas brancas reflitam, identifiquem e reconheçam seus privilégios. Não é uma tarefa fácil e um bom começo é olha para a própria história e perceber em que situações um branco levou a melhor”, pontuou.
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