Operação

PF cumpre três mandados de busca e apreensão em São Luís durante nova fase da Lava Jato

Investigação apura crimes de corrupção, fraudes licitatórias, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Imirante.com, com informações da Polícia Federal

Atualizada em 27/03/2022 às 11h04
Os mandados judiciais foram expedidos pela 13ª Vara Federal em Curitiba.
Os mandados judiciais foram expedidos pela 13ª Vara Federal em Curitiba. (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS – A Polícia Federal, em cooperação com o Ministério Público Federal e a Receita Federal, deflagrou na manhã de hoje (12), a 79ª Fase da Operação Lava Jato, denominada “Vernissage”.

Cerca de 70 policiais federais e 10 auditores da Receita Federal cumprem 11 mandados de busca e apreensão em cinco cidades do país. Três mandados são cumpridos em São Luís (MA), três no Rio de Janeiro (RJ), dois em Brasília (DF), dois em São Paulo (SP) e um em Angra dos Reis (RJ).

O G1 apurou que mandados são cumpridos nos endereços de Márcio Lobão e Edison Lobão Filho, filhos do ex-ministro Edison Lobão.

Os mandados judiciais foram expedidos pela 13ª Vara Federal em Curitiba.

Segundo informações da Polícia Federal, durante as investigações da Operação Lava Jato, foi identificada uma organização criminosa voltada a fraudar o caráter competitivo das licitações mediante o pagamento de propina a altos executivos da Petrobras, bem como a outras empresas a ela relacionadas, como a Transpetro.

Petrobras e Transpetro foram vítimas dessa organização criminosa. Segundo a PF, o então diretor da Transpetro, no período de 2003 a 2014, foi indicação política no esquema criminoso que dividia os altos cargos da Petrobras e subsidiárias. Investigadores suspeitam que os contratos celebrados pela Transpetro com algumas empresas teriam gerado, entre os anos de 2008 e 2014, o pagamento de mais de R$ 12 milhões em propinas pagos a este grupo criminoso.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, após o recebimento desses valores, muitas vezes pagos em espécie, eram realizadas várias operações de lavagem de capitais para ocultar e dissimular sua origem ilícita, especialmente, por meio da aquisição de obras de arte e transações imobiliárias. Exemplo disso foi a compra de um apartamento de alto padrão por R$ 1 milhão em 2007, pago em espécie por intermédio de empresa dos investigados e vendido por R$ 3 milhões, em menos de dois anos, valorização não correspondente às condições do mercado imobiliário da época.

No caso das obras de arte, tais operações consistiam na aquisição de peças de valor expressivo com a realização de pagamento de quantias "por fora", de modo que não ficassem registrados os reais valores das obras negociadas. Neste caso, tanto o comprador, quanto o vendedor emitiam notas fiscais e recibos, mas declaravam à Receita Federal valores flagrantemente menores do que aqueles efetivamente praticados nas transações, segundo informações da PF.

Entre valores declarados ao Fisco e os de mercado, praticados nos leilões em galeria de arte, verificaram-se diferenças de 167% a 529%. Em operação anterior, na residência do investigado, foram encontradas obras de arte que apresentavam variações significativas entre o preço de aquisição declarado e o valor de mercado, em patamares de até 1.300%, aponta a PF.

A Polícia Federal informou que há indícios de crimes de corrupção, fraudes licitatórias, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Um helicóptero e três carros de luxo foram apreendidos em São Luís, segundo a PF.

Matéria atualizada às 10h07

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