Paciente curada

Cobradora de ônibus vence coronavírus após 16 dias internada: "nasci de novo"

"Você tenta respirar e não consegue", descreveu Valdirene Montello.

Imirante.com, com informações da Assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h08
“O que vem na tua cabeça é que você vai morrer", disse Valdirene Montello.
“O que vem na tua cabeça é que você vai morrer", disse Valdirene Montello. (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - A cobradora de ônibus Valdirene Montello, de 56 anos, não tinha histórico de doenças quando precisou ser internada às pressas no Hospital de Cuidados Intensivos (HCI), uma das unidades para tratamento do novo coronavírus em São Luís.

“O que vem na tua cabeça é que você vai morrer. Você tenta respirar e não consegue”, descreve a cobradora.

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A saga de Valdirene começou no início de abril, quando ela sentiu febre, dor no corpo e a garganta inflamada ao chegar do trabalho. Em rápida pesquisa na internet, ela percebeu que o que sentia era muito parecido com os sintomas da Covid-19 e decidiu telefonar para o 136, Central de Dúvidas sobre a doença.

Até então a recomendação era para que ela permanecesse em isolamento domiciliar, controlasse a febre com medicamentos e procurasse atendimento médico caso o quadro se agravasse. Porém, seu estado de saúde piorou.

No oitavo dia com a presença dos sintomas gripais, a cobradora começou a sentir falta de ar. Como Valdirene mora sozinha em um apartamento no município de São José de Ribamar, ela decidiu procurar ajuda da família, que acionou uma ambulância e a levou para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Mas não foi o suficiente.

Valdirene Montello foi transferida imediatamente para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HCI. A cobradora ficou hospitalizada por 16 dias, sem nenhum contato com qualquer parente.

“A única comunicação que eu tinha era com o médico. Sempre ele me dava uma palavra de conforto e isso ajudou muito”, diz.

Inicialmente, Valdirene nem sequer sabia onde havia sido internada. “Até então eu não sabia onde estava. Cheguei a perguntar para uma enfermeira se eu estava em um hospital particular e foi aí que eu soube que estava no HCI”, relata.

Hoje, Valdirene comemora a cura da Covid-19. “O tratamento que recebi foi de primeira. Tenho certeza que se eu não tivesse recebido um tratamento igual ao que eu tive, eu não tinha sobrevivido”, afirma. Já em casa, Valdirene segue em repouso absoluto.

E para quem ainda duvida da gravidade da doença, Valdirene manda um recado: “Eu quero pedir para as pessoas que, ao invés de criticar [as medidas restritivas], se previnam ficando em casa, porque a prevenção ainda é o melhor remédio. Se cuidem, não é brincadeira. Só quem já passou por isso é que sabe o quanto é difícil”, alerta a cobradora.

Por um momento, Valdirene chegou a acreditar que não conseguiria se recuperar, mas hoje ela sabe que teve uma oportunidade de renascer em meio ao caos.

“Quem me olhava tentando respirar e não conseguia, jamais imaginava que eu iria sobreviver. No dia que eu saí do hospital foi como todos falavam: Val, a partir de hoje tu vai comemorar outra data de nascimento, porque eu nasci de novo”, revela.

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