Desigualdades Sociais

No Maranhão, brancos ganham 36% a mais que pretos ou pardos

Estudo divulgado pelo IBGE, nesta quarta-feira (13), traz os números da desigualdade por cor ou raça no Estado.

Divulgação/IBGE

Atualizada em 27/03/2022 às 11h10
Fonte: Divulgação.
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SÃO LUÍS – A população branca maranhense recebia, em 2018, 36% a mais que as pessoas pretas ou pardas. O rendimento médio dos brancos era de R$1.588, enquanto dos pretos ou pardos era de R$1.168. A diferença no rendimento é ainda maior considerando-se os números para o Brasil, onde a parcela branca da população ganhava 73,9% a mais que as pessoas pretas ou pardas.

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (13), fazem parte do estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, que faz uma análise das desigualdades entre brancos e pretos ou pardos, ligadas ao trabalho, à distribuição de renda, à moradia, à educação, à violência e à representação política.

Sobre o mercado de trabalho, o estudo revelou que 14,9% dos pretos ou pardos estavam desempregados, no Maranhão, em 2018. Já entre a população branca, 11,9% encontravam-se desocupados.

No quesito informalidade, 58% dos brancos e 66% dos negros possuíam ocupação informal. Para Brasil, os números eram mais distantes: 34% das pessoas brancas e 47% das pretas ou pardas tinham trabalho informal.

Quanto à desigualdade na distribuição de renda, a pesquisa apontou que, do total de pessoas classificadas na situação de extrema pobreza, no Maranhão, aproximadamente 86% eram pretos ou pardos, enquanto apenas 13% eram brancos.

Educação: 85% dos analfabetos são pretos ou pardos

Dos 844 mil analfabetos maranhenses de 15 anos ou mais de idade, 714 mil eram pessoas pretas ou pardas, o que representa 85% do total de analfabetos.

Considerando a população de 25 anos ou mais de idade, 45% dos brancos possuíam 12 anos ou mais de estudo. Entre os pretos ou pardos, esse percentual era de 34%.

Na comparação com os recortes territoriais Brasil e Nordeste, no Maranhão, o número relativo de pretos ou pardos de 25 anos ou mais de idade com ensino superior (70,6%) é maior que o da população branca (29,4%). No entanto, levando em conta que a população do estado é formada predominantemente por pretos ou pardos (80%), 70,6% das pessoas com ensino superior serem pretas ou pardas ainda configura sub-representatividade.

Pessoas de 25 anos de idade com ensino superior

Fonte: IBGE
Fonte: IBGE

Violência

A nível nacional, mais da metade dos alunos pretos ou pardos (53,9%) estudavam em estabelecimentos localizados em área de risco, em termos de violência. O Maranhão apresentou taxas menores: 35,7% dos estudantes pretos ou pardos frequentavam escolas situadas em área de risco. No caso da população branca maranhense, esse percentual era de 32,1%.

Dentre os escolares que frequentavam o 9º ano do ensino fundamental e estiveram envolvidos em briga com uso de arma de fogo nos trinta dias anteriores à pesquisa, o Maranhão apresentou a maior taxa do Nordeste de escolares pretos ou pardos envolvidos nesse tipo de briga: 6,7%. No caso dos escolares brancos, o percentual era de 4,6%.

Representação política

Proporção de candidatos e eleitos pretos ou pardos para a Câmara dos Deputados: 2014

Fonte: IBGE
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Proporção de candidatos e eleitos pretos ou pardos para a Câmara dos Deputados: 2018

Fonte: IBGE
Fonte: IBGE

As proporções de candidatos pretos ou pardos para a Câmara dos Deputados em 2014 e 2018 apresentaram níveis semelhantes (57,8%, em 2014 e 58,7% em 2018). Porém, nota-se aumento (de 16,7%, em 2014, para 44,4%, em 2018) nas proporções de eleitos pretos ou pardos, no Maranhão. Apesar disso, a sub-representatividade persiste, tendo em vista que mais de 80% da população do estado é composta por pessoas autodeclaradas pretas ou pardas.

Quanto ao cargo de prefeito, em 2016, dos candidatos eleitos no estado, 57,4% eram pretos ou pardos. Já para o cargo de vereador, percebe-se maior representação dessa cor/raça: 70,4% dos candidatos eleitos eram pretos ou pardos.

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