"Decepcionada com a Justiça"

Mãe de pastor morto fala sobre soltura do autor do crime: "Ele pode matar qualquer pessoa"

"Ele não matou cachorro não, ele matou um grande homem, um servo de Deus, um homem de caráter", declarou dona Antônia.

Imirante.com, com informações da Mirante AM

Atualizada em 27/03/2022 às 11h10

SÃO LUÍS – Na tarde desta quinta-feira (7), dona Antônia, que é mãe do pastor Mackson da Silva Costa, de 37 anos, que foi assassinado no dia 11 de outubro deste ano, falou à rádio Mirante AM sobre a soltura de Saulo Pereira Nunes, de 38 anos, que confessou ter cometido o crime.

Saulo Nunes confessou ter assassinado Mackson Costa. Foto: Reprodução.
Saulo Nunes confessou ter assassinado Mackson Costa. Foto: Reprodução.

Saiba mais: Acusado de assassinar pastor é solto após decisão da Justiça

Saulo Pereira, que estava preso desde o dia 14 de outubro, foi colocado em liberdade por decisão da Justiça, após pedido de habeas corpus por parte da defesa. Saulo vai cumprir o processo em liberdade mediante uso de tornozeleira eletrônica e deve cumprir algumas determinações como comparecer em juízo, a cada 30 dias, e recolhimento domiciliar no período noturno.

Em entrevista ao programa Rádio Patrulha, da Mirante AM, a mãe do pastor disse que a família está decepcionada com a Justiça.

“Nós recebemos a notícia e ficamos desesperados, muito tristes e decepcionados com a Justiça, que não imagina a dor de uma mãe, de uma família que perdeu um filho, um homem de caráter, um pastor, por causa de um assassino frio e calculista. Antes de um mês eles botaram esse assassino frio nas ruas. Isso nos deixa decepcionados”, declarou a mãe da vítima.

Dona Antônia falou, ainda, que a decisão da Justiça em soltar Saulo, com base no fato de ele ter confessado o crime, não é correta, já que o homem só teria confessado porque a polícia descobriu o assassinato.

Mackson da Silva Costa, de 37 anos, foi assassinado no dia 11 de outubro deste ano. Foto: Arquivo.
Mackson da Silva Costa, de 37 anos, foi assassinado no dia 11 de outubro deste ano. Foto: Arquivo.

“Ele só confessou porque a polícia fez um excelente trabalho e descobriu o crime, porque ele tentou fazer um crime perfeito, para ninguém descobrir. Era para ainda hoje eu estar procurando o meu filho, porque ele fez para ninguém descobrir. Ele só confessou porque a polícia estava de campana, mas ele nunca ia confessar”, alegou a mãe.

Diante da soltura de Saulo Pereira Nunes, a família de Mackson da Silva Costa vai fazer um protesto às 6h desta sexta-feira (8), na Barragem do Bacanga, cobrando justiça.

“Nós vamos lutar, porque um assassino desse não pode estar na pode rua, ele oferece sim perigo para a comunidade. Porque assim como ele é frio e planejou tudo, ele pode matar qualquer pessoa, porque aparenta ser bonzinho… Ele não matou cachorro não, ele matou um grande homem, um servo de Deus, um homem de caráter”, declarou dona Antônia.

Ouça a entrevista completa que dona Antônio deu na rádio Mirante AM:

Entenda o caso

À reportagem de O Estado, o delegado Felipe César, da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), informou que a polícia começou a investigar o caso desde o dia 12 de outubro e, no dia seguinte, encontraram o veículo da vítima abandonado na avenida Sete do Maiobão, em Paço do Lumiar.

No carro, a polícia não constatou sinais de arrombamento. No veículo, foram encontrados os documentos da vítima e uma determinada quantia em dinheiro.

Ao verificar o computador utilizado pelo pastor em seu local de trabalho, a equipe da SHPP constatou que Saulo Nunes, se passando pela sua esposa, de nome não revelado, havia marcado um encontro, por meio de uma rede social, com a vítima. Esse encontro foi marcado na residência do acusado, no Maiobão, no começo da tarde do dia 11 de outubro.

Ainda segundo o delegado, o acusado alegou que cometeu o ato por sentir ciúme da sua esposa com a vítima. Ao ser interrogado, Saulo informou que o corpo foi enterrado no quintal de sua casa.

A vítima ficou desaparecida por alguns dias, e o corpo foi encontrado na tarde do dia 14 do mês passado. De acordo com informações dos parentes da vítima, no dia do desaparecimento, Saulo trabalhou pela manhã e, antes de ir almoçar em sua residência, na Vila Palmeira, disse que ia a uma agência bancária. Desde então, não manteve mais contato com a família.

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