Cajueiro

Quem não protesta contra o Porto é ignorado, reclamam moradores do Cajueiro

Representantes de comunidades do Cajueiro reclamam do tratamento diferenciado que estão recebendo de entidades de direitos humanos e de pessoas que insistem em falar pelo território.

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- Atualizada em 27/03/2022 às 11h10
Natan Barreto, Wilson Pereira, Eunice Araújo e lideranças do território Cajueiro, onde moram 500 famílias. Foto: Divulgação.
Natan Barreto, Wilson Pereira, Eunice Araújo e lideranças do território Cajueiro, onde moram 500 famílias. Foto: Divulgação.

SÃO LUÍS - Representantes de comunidades que integram o território do Cajueiro, na Vila Maranhão/Região Itaqui-Bacanga, área onde está sendo implantado o Porto São Luís, reclamam do tratamento diferenciado que estão recebendo de representantes de entidades de direitos humanos e de pessoas que insistem em falar pelo território, mesmo sem ouvir todas as comunidades. Dizem que quem não protesta contra o Porto São Luís não é ouvido.

Um exemplo foi a visita nesta quarta-feira (23), de membros do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) ao Cajueiro para discutir somente a reintegração de posse que ocorreu em agosto. “Temos demandas importantes aqui, como a regularização fundiária e outras, que não estão na pauta desta reunião”, desabafa o líder comunitário Nataniel Barreto, o Natan, presidente da Associação de Moradores do Andirobal, uma das comunidades que integram o território do Cajueiro.

A pauta divulgada pelo CNDH resumiu-se à situação de seis famílias que ocupam uma área pertencente ao Porto São Luís e deixou de fora o restante da comunidade, cerca de 500 famílias, que têm demandas específicas. “Não nos chamaram para essa conversa. Por que não querem nos ouvir? Cajueiro não se resume a esse conflito com o Porto. Somos mais do que isso. Queremos falar sobre regularização fundiária, infraestrutura, saúde, mas infelizmente não fomos ouvidos pela comissão", reclama o presidente da União de Moradores Proteção do Jesus do Cajueiro, Wilson Costa Pereira.

Outra líder que se queixa, emocionada, é a presidente do Instituto Manancial do Cajueiro, Eunice Araújo, dona Nicinha. “Não fomos convidados para esse encontro. Está errado. A comunidade tem de ser ouvida como um todo. O Cajueiro não é só a área da reintegração de posse. Aqui moram centenas de famílias que precisam de estrada, de infraestrutura e que não são contra o Porto, desde que traga melhorias para nossas comunidades”, afirma.

O território do Cajueiro tem mais de 600 ha e é composto por diversas comunidades: Andirobal, Guarimanduba, Sol Nascente, Prainha, Morro do Egito, Parnauaçu e Cajueiro. Foto: Divulgação.
O território do Cajueiro tem mais de 600 ha e é composto por diversas comunidades: Andirobal, Guarimanduba, Sol Nascente, Prainha, Morro do Egito, Parnauaçu e Cajueiro. Foto: Divulgação.

Fique por dentro

O território do Cajueiro tem mais de 600 ha e é composto por diversas comunidades: Andirobal, Guarimanduba, Sol Nascente, Prainha, Morro do Egito, Parnauaçu e Cajueiro. O projeto do Porto São Luís ocupa 200 ha desse território. A empresa já indenizou quase todas as famílias que moravam na área do projeto, na comunidade Parnauaçu. Além da indenização, elas estão recebendo aluguel social, cesta básica e terão prioridade nas vagas de trabalho no Porto nesta primeira etapa das obras. Das 300 vagas, cerca de 100 serão para moradores do entorno.

As demais comunidades do Cajueiro iniciaram um diálogo com o Porto São Luís, por meio do Governo do Estado, e começam a ver melhorias, como novo acesso às comunidades, negociação para implantação de um posto de saúde na localidade, inclusão do Cajueiro no roteiro de unidades móveis do SESI para atendimentos de saúde, odontológico e profissionalizante, entre outras.

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