Educa Mais Brasil

Jovens caem no endividamento por falta de planejamento

Pesquisa aponta que o número de jovens inadimplentes ultrapassa os 12 milhões.

Bárbara Maria / Agência Educa Mais Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h13
Educação financeira pode evitar inadimplência precoce em jovens. (Foto: Divulgação)
Educação financeira pode evitar inadimplência precoce em jovens. (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que 46% dos jovens brasileiros, entre 25 e 29 anos, estão inadimplentes. Entre os que têm idade entre 18 e 24 anos, a proporção é de 19% - somados, eles representam cerca de 12,5 milhões de pessoas.

Leia também: Imposto de renda 2019: como declarar gastos com educação?

Mesmo com menor pressão financeira, o endividamento entre jovens acontece porque muitos não questionam o custo do crédito e são influenciados por propagandas e pela mídia. Geralmente, também são jovens mal informados mas que estão sempre dispostos a pagar, sem contudo, terem dimensão das consequências da inadimplência.

“Os jovens não querem se privar de ter uma roupa de marca ou ir para um determinado lugar. Nessa idade, existe a necessidade de inclusão, que faz com que eles extrapolem. Entretanto, na maioria das vezes, agir de forma impulsiva não parte da sua vontade consciente, é a forma que seu cérebro funciona. Imagine que um jovem nunca desenvolveu o hábito de poupar. Por mais que ele saiba que precisa, não fará isso. Porque por mais que ele tenha conhecimento racional, age emocionalmente”, explicou Zaira Vasconcelos, coach empresarial especializada em finanças.

[e-s001]

Laís Alves, tem 22 anos, trabalha e está no 8ª semestre do curso de Psicologia. Ela até parece uma jovem em um boa situação financeira, mas faz parte da grande parcela de jovens, que enfrenta o ciclo do endividamento. No caso de Laís, o endividamento foi causado pelo custo mensal da faculdade. “Eu não tenho bolsa de estudo. Além disso, recebo apenas um salário mínimo e preciso arcar sozinha com os gastos que envolvem a minha graduação”, conta. Entretanto, mesmo cheia de despesas, a estudante tenta organizar a vida financeira. “Anoto todas as dívidas em uma agenda e vou vendo quais são as prioridades na hora de efetuar o pagamento. Também tento não fazer mais gastos mas, às vezes, é inevitável por conta dos imprevistos”, justifica.

O perfil dos jovens endividados é bem característico, de acordo com a coach. Geralmente, eles estão entrando no mercado de trabalho. “Nesse momento, a sedução do mercado financeiro é muito grande. E ainda existe o pensamento: Se eu posso comprar parcelado agora, por que juntar dinheiro para comprar daqui a um mês?”. Segundo Zaira, para mudar essa realidade, é necessário investir em educação financeira nas escolas desde o primeiro ano do ensino fundamental. “É necessário que exista também a parceria família e escola”, conclui.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.