SÃO LUÍS - Francivaldo Morais trabalha como agente de cobrança, mas ultimamente, o que ele quer cobrar mesmo é a execução do serviço de esgotamento sanitário na travessa Nossa Senhora da Conceição, no bairro Monte Castelo. Há oito meses, ele vai de porta em porta, no bairro, fazendo seu trabalho e se depara com um sério quadro. “Em várias casas, tem gente com zika”, afirma.
Na manhã dessa terça-feira (22), nossa reportagem fez igual. Para chegar a algumas casas, é preciso pisar em um pedaço de madeira colocado sobre a água suja para evitar o contato direto. A primeira pessoa que nos recebe é a representante de cosméticos Sandra Pacheco, que já teve a doença. “Muita gente aqui já teve zika. Eu melhorei agora”, comenta.
Segundo ela, os moradores têm tentado buscar soluções para acabar com a “piscina” de esgoto na porta de casa, mas ninguém resolve. “Antes secava, agora não seca mais. Piorou porque uma moradora entupiu uma galeria e cobriu para construir uma casa. A Caema disse que não pode fazer nada porque a gente não paga esgoto” contou revoltada.
Um dos vizinhos colocou uma placa de venda na casa, mas com um criadouro de mosquito Aedes aegypti bem em frente, a negociação não deverá ser tão fácil. Sandra sabe disso: “aqui é ruim até de alugar casa para sair daqui. Eu já quero me mudar”, revela.
A moradora disse, ainda, que eles já coletaram a água para que fosse examinada, e foram encontradas larvas do Aedes. A resposta dos agentes de endemia durante a visita a deixou intrigada. “Disseram que não cria dengue porque tem peixinhos que comem as larvas. Tu acha que peixe vai dar conta?”, questiona.
Com a saúde abalada, Dona Marly Costa e dona Saula Maria compartilham sintomas semelhantes: dor nas articulações, dor de cabeça, febre, calafrios. Elas foram ao hospital e confirmaram a zika. Dona Marly está, há quatro dias, sem muito apetite e deitada na maior parte do tempo. “Com sete dias, eu vou ao posto para fazer o exame de chikungunya”, relatou.
Dona Saula afirmou que está se recuperando com os medicamentos receitados pelo médico. Uma semana atrás, ela disse que mal conseguia andar.
Em outra área da travessa Nossa Senhora da Conceição, a água suja, também, se acumula formando uma enorme poça. “Quando chove isso aqui sobe”, acrescenta Francivaldo Morais.
A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) informou, por meio de nota, que irá enviar uma equipe ao local para averiguar a situação e adotar as medidas necessárias de competência da Semosp.
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