Funcionários protestam contra...

Funcionários do Socorrão II protestem contra insegurança na unidade hospitalar

No Natal, um funcionário quase foi baleado dentro do hospital por um PM aposentado.

Liliane Cutrim/Imirante.com*

Atualizada em 27/03/2022 às 11h36

SÃO LUÍS – Na manhã desta segunda-feira (28), funcionários do Hospital de Urgência e Emergência Dr. Clementino Moura (Socorrão II) protestam contra as condições de risco a que são submetidos diariamente. Os trabalhadores afirmam que o protesto visa chamar a atenção do gestor público. Apesar da manifestação, o atendimento no hospital não está suspenso.

Foto: Danilo Quixaba/Mirante AM
Foto: Danilo Quixaba/Mirante AM

“O atendimento está sendo garantido pelos colegas que estão lá na retaguarda. Nós estamos aqui no ato para denunciar as condições de risco de trabalho que temos sofrido há muitos anos. Nós resolvemos dar um basta diante do que ocorreu sexta-feira (25). Um colega nosso estava no atendimento e encaminhou um paciente para outra unidade e alguém puxou a arma atirou na direção dele, deu dois tiros e causou um pânico terrível na unidade”, destaca o psicólogo Marlon Costa, em entrevista à rádio Mirante AM.

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O psicólogo afirma, ainda, que a ação do PM é só uma entre muitas situações de insegurança sofridas pelos funcionários do hospital de urgência e emergência.

“Essas condições de ameaça, de riscos, de ataques, de pacientes que chegam aqui, muitas vezes da população carcerária que faz uso do serviço tem causado grande transtorno pra gente. E nós estamos aqui para dizer à sociedade que não somos culpados pela situação de atendimento, pela estrutura do Socorrão II”, alega.

O funcionário afirma que o trabalhador da Saúde está exercendo seu trabalho dignamente e não pode ser responsabilizado pelo que é de competência do gestor público.

“Maconha e ameaças”

Quem também cedeu entrevista à Mirante AM falando do protesto, foi a nutricionista Ana Maria. Ela afirma que no setor dela há falta de alimentos e ameaças de sobra. “Às vezes não chega o alimento. Há irregularidades tanto na quantidade quanto na entrega. E também há ameaças por ter muito paciente judiciário. Eles ameaçam as copeiras e até xingam, isso porque às vezes não se pode dar a comidas que eles querem, porque tudo é controlado. E tem gente que tá de dieta zero porque vai passar por alguma cirurgia e eles não entendem e ficam fazendo ameaças”, desabafa a nutricionista.

A funcionária diz ainda que tem medo de os presos “marcarem” o rosto dos funcionários e acabarem fazendo algum mal aos trabalhadores do lado de fora da unidade hospitalar.

“Tinha que ter um hospital específico para essas pessoas. Porque até drogas eles consomem aqui dentro. Todo mundo sabe disso. À noite tem um cheiro insuportável de maconha e ninguém faz nada”, afirma a funcionária.

O enfermeiro Charles Silva, que quase foi baleado por um sargento da PM aposentado no dia 25 de dezembro, também falou sobra a situação de insegurança.

Foto: Geovane Nogueira
Foto: Geovane Nogueira

“A gente fica constantemente sobressaltado, com medo de que aconteça novamente. Por que a gente não tem a mínima segurança. Já fui agredido várias vezes, ameaçado, mas uma coisa desse tipo nunca tinha acontecido. Ele (o PM aposentado) tentou atirar em mim, mirou na minha direção, mas felizmente não pegou”, disse o enfermeiro.

Ouça a entrevista completa que o psicólogo Marlon Costa, a nutricionista Ana Maria e o enfermeiro Charles Silva deram na rádio Mirante AM, falando sobre a manifestação.

* Com informações da rádio Mirante AM.

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