Festa na avenida Santos Dummont

Organizadores da festa irão responder criminalmente

Eles são acusados de facilitar fornecimento de bebida alcoólica para adolescentes.

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h38
(Foto: Ana Beatriz Santos / Imirante.com)

SÃO LUÍS – Os responsáveis pela festa que resultou na apreensão de mais de 150 pessoas na noite desse domingo (18) em uma casa localizada na avenida Santos Dummont, no bairro do São Cristóvão, irão responder criminalmente por terem facilitado o fornecimento de bebida alcoólica para os adolescentes presentes no evento. O inquérito do caso foi encaminhado para a Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) e a delegacia irá responsabilizar os organizadores por terem permitido a entrada de adolescentes desacompanhados dos responsáveis em um local com uma fonte de álcool.

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Durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira (19) na sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), o delegado André Luís Gossain disse que os donos da festa são os responsáveis e estão errados “Foi uma festa com propaganda na internet, que se vendeu ingresso, que se usou pulseiras de identificação e tinha seguranças na porta. Mas, temos depoimentos dos menores dizendo que em nenhum momento qualquer pessoa pediu documento de identidade, perguntou a idade ou se tinha algum maior responsável por eles”.

Segundo ele, mais de 164 pessoas foram apreendidas e prestaram depoimento. “Podemos afirmar com certeza que cerca de 164 (pessoas) estiveram aqui. O problema é que durante o tumulto que houve com os familiares lá fora, que eram o dobro de gente conduzida aqui dentro, e na ânsia de falar com os seus familiares apreendidos, acabaram por quebrar nosso portão. Tivemos que pedir para a Polícia Militar agir com certa energia, utilizamos até gás de pimenta, porque a coisa foi feia. Nessa hora do tumulto, com certeza alguns que estavam aqui dentro, talvez tenham saído”, disse.

Durante investigação, foi descoberto que os donos da residência estavam envolvidos na realização do evento. “Parece que os donos do imóvel, também, não alugaram, mas, sim, eram co-produtores da festa. O dono será responsabilizado e depois cabe a DPCA fornecer a Delegacia de Costumes os devidos dados para que não seja liberado outro alvará ou proibir qualquer tipo de festa ali”, afirmou.

Apreensão de drogas

No local, foram encontradas 23 pedras de crack. De acordo com o delegado, todas foram encontradas no chão. “Ao perceberam a PM adentrando no recinto, todos que estavam com a droga no bolso jogaram ao solo a pedrinha para não serem conduzidos com a droga. Elas não foram encontradas em um local único, mas sim em pontos diversos, o que leva a crer que os usuários estavam com ela no bolso”, explicou.

Denúncia anônima

Segundo a PM, foram feitas várias denuncias anônima de pessoas que moram próximas ao local. Entretanto, ele alega que houve exagero por parte dos denunciantes. “A gente até entende a denúncia seja anônima e que eles não queiram aparecer. Continuem denunciando. A única coisa que a gente pede é se você não tem certeza, não exagere. Se o som está alto, se tem muito menor, se isso é fato, então diga. Agora, se você não tem certeza que tem gente de organização criminosa, não fale isso, porque se você está olhando o ingresso sendo pago, cartaz, propaganda da festa, pulseirinha no braço, é muito difícil que uma organização criminosa faça um evento com divulgação na internet, com pulseirinha no braço e cartazes”, pediu.

Ação da Polícia Militar

A quantidade de denúncias anônima que foram feitas e por ser um local que no ano passado foi utilizado por uma facção criminosa, fez com a Polícia Militar fizesse a apreensão. “A PM está respaldada pela ação, sim. Foi legal, inclusive porque tinha menores desacompanhados e sendo ofertado álcool aos mesmos. Há crime no local e a PM foi respaldada efetivamente pelo código penal. A única situação que se pode dizer que foi equivocada foi com relação a (afirmar) ter participantes de organização criminosa. Mas tem que trazer para a delegacia mesmo, para saber quem é e quem não é do crime organizado”.

Prisão

O delegado afirma que não havia provas suficientes para prender alguém em flagrante. “Para fazer a autuação de alguém em flagrante, tem que ter o mínimo de subsídio. Ali pedia indícios suficientes de autoria para pedir a prisão de alguém ou para se prender em flagrante, mas não tínhamos isso ontem. Mesmo não sendo crime organizado, nós vimos que tinham menores e que tinha álcool. A partir daí nós assumimos a ocorrência, ouvimos os menores respaldando e guardando provas. A gente sabe que colegas da PM talvez estejam desgostosos porque tinha que ter sido alguém autuado, mas não tinha. Nós temos obrigação de tomar as devidas medidas de acordo com o código penal e foi o que foi feito, respaldado por lei”.

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