SÃO LUÍS - Pelo menos quatro pessoas que teriam participado diretamente do linchamento de Cleidenilson Pereira Silva, no último dia 6, em São Luís, já foram identificadas. A informação é do delegado Cláudio Barros, da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). "O caso não está completamente elucidado. Podemos afirmar que quatro pessoas foram as executoras diretas do crime, mas o trabalho só vai ser dado como completo após identificarmos quem incitou a prática", afirmou o delegado em entrevista à Rádio Mirante AM.

Ainda de acordo com o delegado, os suspeitos já foram ouvidos. Cláudio Barros confirmou, ainda, que Cleidenilson Pereira Silva, de 29 anos, não tinha passagem pela polícia. "O levantamento feito pela DHC mostra que não existem antecedentes", esclarece. O adolescente de 15 anos que estava em companhia de Cleidenilson, e que também foi espancado pela população, foi encaminhado a Delegacia do Adolescente Infrator e depois entregue aos familiares.

Entenda:
No dia 6 de julho, Cleidenison Pereira Silva, conhecido como “Xandão”, de 29 anos, foi linchado por populares no bairro Jardim São Cristóvão, em São Luís. Segundo a polícia, Cleidenison , na companhia de um adolescente de 15 anos, tentou assaltar um bar na rua coronel Jaime Costa no bairro do São Cristóvão. Ele foi agarrado por moradores, amarrado nu em um poste e espancado até a morte.

Poucas horas após o linchamento, o caso ganhou bastante repercussão no país. Periódicos de circulação nacional, como o “Estadão”, “Correio Braziliense” e “Extra” deram destaque ao fato. Neste último, inclusive, sendo matéria de capa. O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) comentou o caso por meio do seu perfil no Facebook. Ele classificou os envolvidos na morte de Cleidenilson como uma “turba de psicopatas”.

O espanhol "EL País", em sua versão online, fez uma análise do caso por meio de uma entrevista com José de Souza Martins, autor do livro “Linchamentos – A Justiça Popular no Brasil”. Para Souza Martins, apesar da repercussão, o linchamento de Cleidenilson foi apenas mais um. “É mais um linchamento. O Brasil tem média de um linchamento por dia, não é nada excepcional nesta rotina de violência, este caso não tem nada diferente do resto ao não ser a imagem, que choca outras pessoas. A atenção publica é atraída mais pelas imagens, que pelo fato de ter virado rotina”, afirmou o autor.

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