Em situação delicada

Mestre Apolônio, do boi da Floresta, está sem leito para internação na UTI

O mestre de cultura tem 96 anos e está com infecção urinária resistente, que pode trazer complicações.

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h43
(Foto: Reprodução / TV Mirante)

SÃO LUÍS – Prestes a começar a temporada das festas juninas, um dos principais nomes da cultura popular, o mestre Apolônio Melônio, do Boi da Floresta, encontra-se internado no Hospital Dr. Clementino Moura (Socorrão II) para tratar de uma infecção urinária que o deixou debilitado. Segundo contou Talyene Cruz Melônio, filha do mestre Apolônio, a preocupação com o estado de saúde do pai já se prolonga por um mês. “Em abril, ele quebrou a perna depois de cair, em casa, dentro do quarto. Papai ficou 14 dias internado e a equipe médica do Socorrão II liberou ele para ser tratado em casa porque adquiriu uma infecção urinária resistente”. Mestre Apolônio é cantador do boi da Floresta e tem 96 anos.

De acordo com Talyene, mestre Apolônio precisa ser removido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para receber cuidados especiais. “Agora, ele está na Unidade Intermediária porque não tem leito suficiente na UTI, ele está aguardando uma vaga porque, além da infecção, ele também, está com dificuldade para respirar”, diz. Ela afirma que se não receber a atenção necessária, o quadro pode evoluir para uma infecção generalizada. “Já é um senhor de quase 100 anos, ele precisa de um atendimento para reverter a situação dele”.

Veja, abaixo, a nota da Secretaria de Estado da Saúde.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que o paciente Apolônio Melônio encontra-se internado na UTI do Hospital Clementino Moura (Socorrão II), de responsabilidade da Prefeitura de São Luís. A SES destaca ainda que, neste momento, não há necessidade de transferência. Caso seja preciso, todos os esforços serão empreendidos para que ele seja removido para um leito de UTI da rede estadual de saúde.

Ícone da Cultura Popular

Apolônio Melônio veio para São Luís em 1939. Sobreviveu ao acidente do navio Maria Celeste, que pegou fogo na Baía de São Marcos em 1954. Além de trabalhar como estivar, ele dedicou a vida à manutenção da tradição folclórica do bumba meu boi, Patrimônio Cultural Brasileiro. Ao lado de mestre Coxinho, foi um dos fundadores boi de Pindaré, conhecido pela exuberância dos cazumbás e sonoridade singular. Há 42 anos criou o tradicional boi da Floresta, sediado no bairro da Floresta, em São Luís. O grupo mantém o sotaque de Pindaré, que marca o legado de mestre Apolônio para a cultura maranhense.

Vida e obra documentada

A cineasta Giselle Bossard decidiu homenagear mestre Apolônio em um documentário que conta a história do boi da Floresta e, ao mesmo tempo, relata a vida de dedicação do amo do boi para preservar a cultura popular do Estado. Clique para assistir ao documentário "Brincando na Floresta".

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