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Conteúdo jornalístico predomina entre links compartilhados

"Papel social do jornalismo não se altera quando vai para as redes", diz professor.

Neto Cordeiro/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h47
(Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com)

SÃO LUÍS – Uma pesquisa mostrou que a maioria dos links compartilhados por usuários de redes sociais nas eleições, deste ano, era da mídia profissional. Segundo os dados da Folha, 61% dos links, no Facebook e Twitter, vieram de conteúdos em jornais, TVs, rádios e sites de notícias.

Nos dois dias após a eleição, este número aumentou: mais de 70%. Para o professor Márcio Carneiro, do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), este resultado pode ser explicado pelo fato de que eleições é um assunto que desperta o interesse das pessoas. “No período eleitoral a disputa ganha a atenção da população e é natural que parte desse interesse se transforme em circulação de conteúdo informativo nas redes. Acredito que a grande polarização entre os candidatos presidenciais também colaborou para isso junto com as iniciativas de cada um para utilizar as redes sociais como campo de batalha por votos”, afirma.

O debate faz parte das sociedades democráticas e permite a troca de ideias e a renovação, é o que diz o professor. “Nas redes sociais, por ser um ambiente onde há muito pouco controle, o debate, infelizmente, se transforma às vezes em violência, autoritarismo e difusão de ideias como o racismo, a xenofobia e tantos outros traços negativos”, pondera. Carneiro ressalta que estamos passando por uma etapa de transição, e que estamos aprendendo a lidar com esse novo ambiente.

Ele, ainda, observa que o uso de smartphones e tablets contribuem para a disseminação dos links. “Todos os números do mercado indicam forte crescimento no acesso à internet via dispositivos móveis, fenômeno basicamente impulsionado pelo barateamento dos equipamentos e dos planos de dados das companhias de telecom”.

Jornalismo participativo

O ambiente das redes sociais, de acordo com o professor, permitiu o crescimento do que, hoje, se conhece por jornalismo cívico ou participativo. Neste contexto, a população passa a ter mais espaço e ajuda na construção da notícia. Esta é uma possibilidade que já se vê em veículos como o Imirante.com, que permite ao internauta o envio de fotos, vídeos ou texto, por meio do Facebook, Twitter, WhatsApp [(98) 99209 2383], e-mail (imirante@mirante.com.br) e Instagram. Além da plataforma disponibilizada na própria página, o #VCnoImirante.

De maneira geral, os veículos de mídia têm ido ao encontro das redes sociais para enfrentar a fragmentação da audiência, explica Carneiro. “O jornalismo continua a oferecer conteúdo informativo que implica na apuração, validação e análise. Entendo que o papel social do bom jornalismo não se altera quando vai para as redes”, pontua.

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