Bichos

Tem um gato abandonado na rua, você adota?

O <b>Imirante.com</b> ouviu relatos de pessoas que demonstraram amor pelos bichos.

Neto Cordeiro / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h48

SÃO LUÍS - Com mais de 80 gatos vivendo em frente a sua casa, a professora Maria da Consolação Feitosa, de 46 anos, se vê em meio a uma situação quase fora de controle. Com apenas o seu salário, ela tenta manter a casa e cuidar de dezenas de felinos abandonados em uma área do bairro onde mora.

 Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.
Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.

Há sete anos, dona Consolação leva ração e água para os gatos que só foram se multiplicando. Ela explica que era desesperador ver os animais debaixo de chuva, sem abrigo e sem alimento. De lá para cá, ela se tornou a protetora de cada gato deixado no local. Maltratados, alguns chegavam quase mortos. “Fiz uma casinha de tábua. O pessoal para de carro e joga, às vezes, dentro de um saco. Quando vou abrir, eles estão mortos. Jogam gatos de olhos fechados”, relata.

Para alimentá-los ela precisa retirar do próprio bolso. São três sacos de ração por mês mais as despesas com remédios e o material de limpeza. Na movimentada avenida, onde vivem os gatos, são poucos os que se sensibilizam com a situação. “Tem um pessoal que caminha e joga, esporadicamente, um pouco de ração, mas não dá para 80 gatos ou mais. Um ou dois amigos me dão ração, mas eu não tenho que contar com isso. Gasto três sacos de ração de 25 kg por mês”, afirma.

 Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.
Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.

A limpeza do cantinho dos felinos, dona Consolação faz nas tardes de domingo. E, apesar de todo o amor e esforço para garantir a sobrevivência dos bichos, ela, também, lida com o preconceito dos vizinhos. “Muitos não acreditam que eu faço isso por amor. Eles acham que eu estou ganhando alguma coisa por trás. Eles me chamam de doida, dizem que eu não tenho o que fazer. Além das dificuldades, ainda, tenho que enfrentar os julgamentos”, diz entristecida.

A professora da rede pública mora com a mãe Ana Maria, de 76 anos, e, além dos gatos, tem dois cachorros. A poucos meses do fim de seu contrato, ela admite que não sabe onde isso vai parar. “Meu contrato já vai acabar em fevereiro. Fico pensando como vai ser, o que vou fazer da minha vida sem esse contrato”, questiona. E, mesmo com tantas dificuldades, ela persiste na luta a favor dos gatos. “Não sou heroína, sou apenas uma pessoa no meio da multidão que quis fazer algo pelos animais. Por pouco que seja, mas eu quis fazer e estou fazendo. Por amor a eles, eu continuo”, declara.

Para adotar ou ajudar, basta entrar em contato: (98) 98700-3353

 Foto: Reprodução.
Foto: Reprodução.

Em outro bairro da capital, Vanglessa Nascimento revela um sentimento semelhante ao de dona Consolação por estes animais. “Desde criança eu me interesso por criar gatos. Eu queria fazer Veterinária, mas as condições não deram, então fiz Administração. Mas, meu sonho mesmo era ser médica veterinária e ter uma ONG para cuidar dos bichos”, confessa.

Ela mora com a mãe e afirma que chegaram a ter em casa 13 gatos. Hoje, com seis, dos quais pretende doar alguns, Vanglessa está noiva, mas, ainda, sonha em dar atenção exclusiva aos animais. “Eu tenho muita vontade de dedicar cem por cento do meu tempo para os bichos. Hoje, ainda não me casei. Tenho muita dúvida porque se eu me casar vou ter família e vou abrir mão disso. É uma coisa que estou analisando. Eu tenho que colocar na balança”, explica.

 Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.
Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.

Quem tiver interesse em adotar, basta entrar em contato: (98) 98805-0724 / 98192-4537

Castração e Vacinação

A castração e a vacinação para o controle de doenças constituem formas efetivas para a redução do número de animais abandonados. O projeto Felinos Urbanos é um grupo que trabalha com a esterilização e vacinação de gatos em São Luís. O animal é capturado para a realização dos procedimentos e, depois, devolvido ao seu lar. O projeto surgiu em setembro de 2011 e não tem nenhum apoio do poder público. As despesas são custeadas pelos próprios integrantes.

De acordo com o grupo, nestes três anos, 845 animais foram castrados e vacinados. A meta é que este número chegue a 1.000 até fevereiro de 2015. Quem pretende colaborar ou buscar ajuda para castrar seu animal, basta acessar o perfil do projeto em rede social.

O abandono de animais é crime previsto pela Lei Federal nº 9.605 e pelo Art. 164. do Código Penal brasileiro. Quanto à pena, a prisão pode chegar a um ano, além de multa.

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