Restauração

Restauração: Igreja da Sé será entregue na quarta-feira

A obra de restauro e adaptação da igreja durou 11 meses.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 11h50
No total, foram investidos R$ 6 milhões no projeto.
No total, foram investidos R$ 6 milhões no projeto. (Foto: Flora Dolores/O Estado)

SÃO LUÍS - O altar-mor da Catedral de Nossa Senhora da Vitória, a Igreja da Sé, em São Luís, é uma peça única. Datada de 1699, confeccionada em madeira policromada e com 10 metros de altura, 7,5 de largura e 3,1 de profundidade, ela foi desenhada pelo padre Felipe Bettendorf e entalhada pelo português Manoel Manços, com ajuda de índios. Tombada pelo Patrimônio Nacional, a peça foi a que mais demandou trabalho durante as obras de restauro da igreja e do Palácio Arquiepiscopal, que teve a sua parte superior transformada no museu de Arte Sacra do Maranhão. A obra de restauro e adaptação da Igreja da Sé durou 11 meses e o empenho de dezenas de especialistas em restauração e outras centenas de pessoas. O templo será entregue, novamente, à população maranhense na próxima quarta-feira (10), às 17h.

No total, foram investidos R$ 6 milhões no projeto, obtidos por meio da Lei de Incentivo a Cultura (Lei Rouanet) com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O projeto foi desenvolvido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), e Instituto de Desenvolvimento Humano (IDH), com apoio cultural do BNDES.

Segundo Kátia Bogéa, superintendente do Iphan no Maranhão, além do altar, houve todo um trabalho na parte física da igreja. Telhado, cobertura, parte elétrica, pinturas internas e externas foram revistas. O uso dos banheiros foi racionalizado, antes havia pelo menos 10 sem uso dentro do templo, agora o banheiro está completamente utilizável e com acessibilidade para deficientes físicos. Áreas que estavam fechadas ou serviam de depósito foram recuperadas e agora são salas de reuniões e até mesmo um auditório foi organizado na parte superior da igreja.

A catedral ganhou ainda uma nova sacristia, visto que a antiga passou a fazer parte do circuito do novo museu. Já nos fundos, no andar superior, foi construído um apartamento, que pode ser usado por padres. A lateral, que dá acesso à Praça Benedito Leite, passa a abrigar as pastorais, que antes ficavam no Palácio Arquiepiscopal.

Retábulo

Mas a principal peça de toda a reforma é o altar-mor, ou retábulo, em linguagem sacra. Construído em estilo nacional português e tombado pelo Iphan em 1940, foram gastos mais de R$ 600 mil apenas em ouro 22 quilates, importado da Itália, para trazer a cor original de volta, pois o estado de degradação da obra, que tem importância impar para a história e a arte do Brasil, já estava avançado. Foi necessária mão de obra especializada, vinda de fora para a execução do serviço.

Desde que foi construído, o retábulo já passou por várias intervenções, a maior em 1768 depois da expulsão dos jesuítas, que construíram a igreja original, em honra a Nossa Senhora da Luz. Transformada em Catedral de Nossa Senhora da Vitória, a primeira medida dos novos "donos" foi a de retirar todas as imagens dos santos que havia no altar, todos venerados pelos jesuítas.

Daí foi aberto espaço para a entronização do nicho de Nossa Senhora da Vitória, no lugar da imagem da Senhora da Luz, e a cor dourada foi coberta por uma pintura azul. Depois disso, a obra foi restaurada duas vezes, primeiro no período de 1993 a 1996 e depois em 2006. Agora em 2014, o sentido original da peça, com o dourado foi completamente retomado. A antiga imagem do Cristo Morto, que ficava no altar, retornou a ele, e um antigo símbolo jesuíta, que foi submergido embaixo de várias camadas de tinta nas outras reformas foi trazido de volta.

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