Até a morte

Padrasto teria amordaçado e espancado enteado

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 11h57

SÃO LUÍS - O delegado Jeferson Portela, titular do 14º Distrito Policial do Bequimão, encontrou no lixo da casa do vigilante Wellington da Silva e Silva, de 27 anos, uma mordaça feita de fita gomada que teria sido utilizada para colocar na boca de Luís Antônio Ferreira Vieira, de 2 anos, durante a suposta sessão de espancamento até a morte da criança.

Segundo o delegado Jeferson Portela, para tentar despistar a polícia, teria dito que a mordaça teria sido usada pela criança para colocar no braço e brincar. "Como o diâmetro da mordaça não condiz com o fato narrado pelo acusado, a polícia acredita que ela tenha sido usada para impedir que a vítima gritasse", declarou.

O vigilante Wellington da Silva foi preso na última quinta-feira (20), após se apresentar acompanhado por um advogado no 14º DP do Bequimão. Contra ele, havia um mandado de prisão temporária por suspeita de ter espancado a criança até a morte.

A vítima era enteada do vigilante e o mandado de prisão foi expedido pelo juiz José Afonso Bezerra, titular da 9ª Vara Criminal. O crime ocorreu em outubro do ano passado, na casa do suspeito, que fica no bairro Angelim.

Após a prática de violência contra o menor, o vigilante ainda chegou a levá-lo para o hospital. A mãe do menino, Dulcinéia Francisca Pires Ferreira, que no momento do crime estava trabalhando, registrou um boletim de ocorrência, alegando que, segundo a versão do companheiro, a causa da morte teria sido uma crise de vômito.

Luis Antônio Ferreira Vieira foi levado para o Hospital São Domingos, no bairro Bequimão, onde deu entrada já em parada cardiorrespiratória. Em relatório, a unidade de saúde descreveu ao IML que o paciente deu entrada na casa de saúde em apneia e assistolia, procedido com massagem cardíaca, intubação orotraqueal, monitorização multiparamétrica, aspiração orotraqueal, e passagem de sonda orogástrica.

Depois de "45 minutos de reanimação sem sucesso", informou o laudo médico, o garoto não resistiu. Apesar de ter indiciado a mãe da criança como co-partícipe no crime de homicídio, a polícia ainda não recebeu do Poder Judiciário nenhuma ordem para prender Durcinéia Ferreira. "Cabe à Justiça interpretar se houve ou não conivência da mãe da vítima, pois toda a versão relatada por ela não coincide com a conclusão do exame cadavérico", concluiu o delegado.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) mostrou que a criança teve hemorragia com lesões no pâncreas e ruptura do duodeno, o que configurou o espancamento.

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