SÃO LUÍS – Segue a repercussão sobre a operação de ordem do Ministério Público do Maranhão (MP-MA) em São Luís, que, na última semana, resultou na demolição de estabelecimentos comerciais que funcionavam irregularmente há, pelo menos, 15 anos, em uma ação conjunta com a Blitz Urbana. Em entrevista ao programa Ponto Final, da Rádio Mirante AM, na manhã desta segunda-feira (17), o promotor de Justiça de Combate Externo da Atividade Policial, Cláudio Guimarães, que coordena os trabalhos, afirmou que, atualmente, São Luís vive uma crise na ordem, e que a capital maranhense não conta com qualquer política eficiente de mobilidade urbana.
"A situação em São Luís, hoje, nos leva a afirmar que, das capitais brasileiras, é a mais desorganizada urbanisticamente. São Luís está atravessando uma crise de autoridade grave. As instituições públicas têm perdido espaço para a desordem, e da desordem nada de bom pode advir", disse durante a conversa com o radialista Roberto Fernandes – ouça a entrevista na íntegra, em que o promotor de Justiça responde a dúvidas de ouvintes.
De acordo com o promotor de Justiça, em São Luís, atualmente, vigora o completo desrespeito às regras básicas de convivência social. "Hoje, os indicadores de mobilidade urbana indicam que São Luís é uma capital que não tem mais, praticamente, mobilidade urbana, e não estou falando a questão do trânsito, estou falando a questão do pedestre. Todas as calçadas ocupadas", completa.
Permanente
Sobre a ação de restauração da obra no Barramar, Cláudio Guimarães garante que é uma ação que se tornará permanente. Segundo ele, o MP-MA tem sido amplamente procurado pelos moradores da região para a reivindicação de direitos básicos, como direito ao sossego. Com os estabelecimentos comerciais, as principais reclamações eram referentes ao som alto em veículos, carros estacionando em fila dupla e tirando o direito de ir e vir dos moradores e grande quantidade de lixo acumulado.
Cabe ao MP-MA, esclarece o promotor, atestar que não há qualquer tipo de abuso durante a operação. "Nosso papel é esse, tentar dialogar com o poder público, para que a lei seja cumprida, e, principalmente, no papel de Controle Externo da Atividade Policial, que é atribuição da minha promotoria, eu estou lá, juntamente, nesse tipo de operação, com a polícia, para que não haja excesso de nenhuma parte", diz.
Interesse político
Na opinião de Guimarães, o quadro de desordem instalado na capital maranhense se desenvolveu por interesse político. "O grande problema do Maranhão, principalmente de São Luís, é que o interesse particular sempre está à frente do interesse público. Então, em primeiro lugar, o que interessa é a minha eleição, a minha reeleição. Depois disso, caso haja espaço, nós vamos nos preocupar com os problemas públicos. Então, aí não vai funcionar", finaliza.
* Colaborou: Gustavo Sampaio/Imirante.com.
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