Falso médico

Acusado de exercício ilegal da medicina é apresentado na SSP

A Justiça determinou o pagamento de fiança ao nigeriano acusado de ser falso médico.

Imirante.com, com informações da Mirante AM

Atualizada em 27/03/2022 às 12h00

SÃO LUÍS – O juiz Marcelo Santana Farias, titular da comarca de Bacuri, determinou o pagamento de fiança do falso médico nigeriano, na tarde desta segunda-feira (25) . Kingsley Ify Umeilechukwu foi apresentado, na tarde desta segunda-feira (25), na sede da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP). Ele é acusado de exercer, ilegalmente, a medicina, além de cometer homicídio. Segundo a polícia, Kingsley não deu tratamento adequado a uma criança portadora da doença raiva, na cidade de Mirinzal (MA).

 Kingsley Ify Umeilechukwu. Foto: Biné Moares/O Estado.
Kingsley Ify Umeilechukwu. Foto: Biné Moares/O Estado.

O secretário da SSP, Aloisio Mendes, em entrevista à Rádio Mirante AM, falou sobre a prisão do falso médico.

 Aloisio Mendes. Foto: Flora Dolores/O Estado.
Aloisio Mendes. Foto: Flora Dolores/O Estado.

O caso

"Nós fomos procurados pela Secretaria de Saúde na terça feira devido ao óbito de uma criança de 4 anos em função de atendimento incorreto por um médico no interior. Essa criança foi mordida por uma cão, aproximadamente há 40 dias, levada imediatamente ao posto de saúde essa criança foi atendida por uma pseudo-médico. O procedimento adotado por esse pseudo-médico foi totalmente contrário aos protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Saúde do Estado. Em função disso a criança veio a óbito, diagnosticada com Raiva. E isso causou uma grande comoção tanto na região quanto na secretaria de saúde que procurou investigar quem foi o médico que atendeu inicialmente a criança e descobriu que o médico que foi regulamente contratado pra prestar serviço não a atendeu e havia uma outra pessoa atendendo em nome dele.

Sobre a identificação do falso médico

Identificando essa pessoa chegou-se a conclusão de que era esse nigeriano que fazia isso com frequência em algumas cidades do interior e que não era habilitado, não era médico de fato. Rapidamente a polícia entrou no encalço dele, conseguiu prendê-lo no mesmo dia dentro de um hospital atendendo. Foi preso em flagrante por exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica foi conduzido a delegacia de Pinheiro. Agora nós vamos investigar por que ele responderá também pelo homicídio desta criança em função do mau atendimento e as pessoas que colaboraram para este fato, inclusive o médico que o contratou para substitui-lo no plantão e a secretaria do município de Mirinzal. A investigação começou e nós vamos apurar todas as circunstâncias que levaram ao óbito desta criança.

Participação do nigeriano no Programa Mais Médico

Nenhuma ligação. Os médicos do programa, segundo a secretaria municipal de saúde estão todos habilitados a clinicar no Brasil. E esse médico não fazia parte do programa do governo federal, ele não tem nenhuma ligação. Ele disse que é médico formado na Nigéria desde 2007, tentando revalidar o seu diploma, não conseguiu, voltou para a Nigéria retornando para Brasil em 2009. Ele informou que estava apenas acompanhando os médicos em seus plantões.

Sobre o grau de envolvimento da administração pública

Não é possível fazer qualquer ligação neste momento. O que temos de fato é que uma criança foi atendida por um pseudo-médico e por conta deste atendimento deficiente essa criança veio a óbito. Já que está confirma do que esse falso médico atendia a outros municípios, então agora a investigação vai se aprofundar, no sentido de que a pessoa que o convidava ou contratava para assumir o plantão e sabia que ele não era médico. E mesmo não sabendo caberia a ele sublocar esse plantão. Então tudo isso vai ser investigado. Então o mais importante é o aleta que fazemos, por que temos a informação de está acontecendo rotineiramente no interior do Estado. Para que os gestores municipais tomem cuidado.

Sobre o custo

O custo de o médico vir dar um plantão no interior não é baixo é até elevado! Esse que se dizia médico recebia R$ 800 reais por plantão que ele tirava era uma ajuda de custo que o médico dava pra ele. E esse valor é irrisório ao valor repassado ao médico pelo plantão, e, além disso, é crime, delegar uma pessoa não habilitada para atendimento de pacientes é crime".

Segundo a SSP, Kingsley Ify Umeilechukwy será conduzido ao Centro de Triagem do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

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