Saúde pública

Diretor da Maternidade Marly Sarney rebate denúncias sobre demora no atendimento

Parentes denunciaram falta de médicos na unidade. Frederico Barroso fala sobre situação ao <b>Imirante.com</b>.

Maurício Araya / <b>Imirante.com</b>

Atualizada em 27/03/2022 às 12h01

SÃO LUÍS – Na sexta-feira (8), o telejornal Bom Dia Mirante, da TV Mirante, mostrou as dificuldades de atendimento na Maternidade Marly Sarney, em São Luís, referência para gestação de alto risco. Imagens, feitas por meio de celular, mostram a quantidade de mulheres grávidas no corredor da maternidade, na noite de quinta-feira (7). O sapateiro João Rodrigues havia levado a filha que, segundo ele, entrou em trabalho de parto no começo da tarde. A gestante chegou por volta de 20h à maternidade, e entrou na fila de espera. João disse, em entrevista ao repórter Werton Araújo, que só havia um médico atendendo naquele momento.

Já a mulher do vigilante Charles Miller chegou ao hospital às 18h. O marido contou que tentou, ainda, internar a mulher em outras maternidades, e não conseguiu. Na unidade, ele reclamou da demora e disse que não havia médico suficiente.

Grande demanda

Somente no mês de outubro, a maternidade estadual registrou 1.061 internações obstétricas e pediátricas. Do total, a unidade realizou 627 partos e 78 curetagens. O diretor da maternidade Marly Sarney, Frederico Barroso, estima que a maternidade encerre o ano de 2013 com mais de seis mil partos realizados, e explica que, por estar localizado no principal eixo rodoviário da cidade e próximo a bairros com grande densidade populacional, a demanda acaba sendo maior que sua capacidade. "São Luís possui sete distritos sanitários. Dentro desses distritos sanitários, nem todos eles têm maternidades. Nós temos sete maternidades públicas, das quais duas naquele distrito Cohab-Anil, onde a Maternidade Marly Sarney está presente. Por outro lado, a gente tem um vazio existencial nos demais distritos em torno da Marly Sarney, que são os distritos Vila Esperança, Bequimão, além do distrito Itaqui-Bacanga, que tem uma maternidade com apenas oito leitos obstétricos apenas", disse em entrevista ao Imirante.com nesta segunda-feira (11) – ouça a entrevista na íntegra.

Ele esclarece que não faltam médicos e que apenas 20% dos 100 atendimentos diários realizados na unidade necessitam, de fato, de internação. "Nossa prioridade de atendimento é a gestante de alto risco. O problema é que esse fácil acesso, esse vazio existencial faz com que concentre muitos atendimentos na maternidade", sustenta.

Frederico Barroso explica, ainda, que todas as gestantes que chegam à maternidade são avaliadas por classificação de risco. "A classificação de risco é feita desde a chegada da paciente. Então, nossa equipe, hoje, é treinada para isso. Aquela recepcionista, o porteiro, a técnica de enfermagem que faz uma aferição de pressão arterial e a enfermeira, que vai fazer a avaliação direta da paciente: eles já são treinados elencar e ver aquela paciente que possui aquele risco gestacional mais elevado", diz.

Números que preocupam

De acordo com um estudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), apresentado pelo diretor da Maternidade Marly Sarney à reportagem do Imirante.com, o número de leitos oferecidos à população da capital maranhense apresentou queda de 4,8% no período entre 2007 e 2013.

O Maranhão está divido em 19 regionais de saúde. A regional de São Luís atende toda a Região Metropolitana, incluindo o município de Alcântara. A capital maranhense possui 317 leitos obstétricos, a maior parte ligados à administração estadual direta, já que o município, por exemplo, possui apenas 13 leitos obstétricos oferecidos para uma população de 1.014.837 habitantes, de acordo com dados do Censo 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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