Círio de Nazaré

Procissão encerra Círio de Nazaré no bairro do Cohatrac

Milhares de fiéis participaram de programação que incluiu novenas, romarias e missas.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h02

SÃO LUÍS - A fé levou milhares de fiéis para a procissão de encerramento do 21º Círio de Nazaré, no fim da tarde de ontem, na capital. O cortejo, que saiu da Cohab, percorreu quase três quilômetros até o Cohatrac, bairro onde está localizada a Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, organizadora do festejo. Antes da procissão, centenas participaram de celebração na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

A berlinda que levou a imagem de Nossa Senhora, como manda a tradição, foi isolada por uma corda, um dos símbolos do Círio de Nazaré que fiéis seguram para pedir e agradecer pelas graças alcançadas. Ao longo do trajeto, muitas demonstrações de fé e devoção. Carros e caminhões levavam crianças vestidas como anjos e famílias se trajaram como a santa família.

Pessoas pagavam promessas levando para a procissão velas e outros objetos para representar milagres atribuídos a Nossa Senhora: chamados de ex-votos, esses ícones simbolizam partes do corpo de pacientes enfermos que conseguiram a cura, ou até mesmo desejos materiais, como a casa própria.

Na multidão, a estudante Karla Dutra, de 18 anos, caminhava com um grande livro sobre a cabeça. "Prometi que pagaria a promessa se passasse no vestibular. Agora que consegui estou aqui", disse a jovem, que foi aprovada para o curso de Pedagogia.

Quem também agradecia uma graça recebida era a professora Alaída Bacabeira, de 36 anos. Ao lado do marido, ele carregou durante a procissão uma pequena casa simbolizando a sua moradia própria. "Tenho de dar graças a Virgem Maria por ter intercedido por mim e minha família", afirmou. Assim como ela, a senhora Conceição Batista também carregou uma casa para pagar a promessa.

"Esse é o último momento da festa. Um momento de espiritualização e de escuta da Palavra, em que podemos viver o Círio em sua plenitude. E para nós é gratificante ver todas essas pessoas demonstrando sua fé. Nós temos o compromisso com o sagrado. O que esperamos é que as pessoas não fiquem apenas na devoção, mas que cheguem realmente à fé", ressaltou o pároco Flávio Colins.

Durante o trajeto, a imagem de Nossa Senhora recebeu uma série de homenagens, com fogos de artifício, corais e chuvas de papel picado, até chegar ao largo onde ocorre a celebração final que marca o encerramento da caminhada. A missa campal foi presidida pelo arcebispo de São Luís, dom José Belisário.

Programação - Este ano, o Círio de Nazaré em São Luís teve sua programação mais extensa. Nesta 21ª edição da festa, foram 17 dias de louvor, adoração, peregrinações, novenas, romarias, terço, missas e procissões. No sábado (12), houve a Procissão da Luz, em que ocorre o translado da imagem de Nossa Senhora de sua paróquia para a Igreja da Cohab. Outra prova da fé dos devotos de Nossa Senhora de Nazaré foi a Romaria do Círio, que tradicionalmente saiu do Largo do Carmo (Centro) à meia-noite do dia 7.

A programação atraiu centenas de pessoas da capital, do interior do estado e de outras regiões do país, inclusive fiéis que sempre foram à festa em Belém, no Pará, uma das maiores do mundo. "Sempre ouço pessoas que já participaram do festejo em Belém, mas que agora ficam em São Luís para nossa festa. Evidentemente que lá a festa é bem maior, mas o que vale é o sentimento e espiritualidade", contou padre Flávio Colins.

Os aposentados Maria das Graças da Silva (81 anos) e Miguel da Silva (86 anos) participaram várias vezes da festa em São Luís, mas por muitos anos estiveram no Círio de Belém. "Agora que temos a festa em nossa cidade, e por causa da idade, estamos demonstrando nossa fé aqui", disse a senhora.

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