SÃO LUÍS - A descoberta de um plano de fuga na Casa de Detenção no Complexo Penitenciário de Pedrinhas pode ter sido a causa para uma rebelião na noite desta quarta-feira (9). De acordo com a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), pelo menos 9 detentos morreram e 30 ficaram feridos. Enquanto a rebelião era contida pelo Batalhão de Choque, quase ao mesmo tempo, vários ônibus eram incendiados em ruas e avenidas da capital.
Motivação
Autoridades policiais não confirmam, mas tanto a rebelião quanto o incêndio aos ônibus ocorreram um dia após a Polícia Militar apreender 39 pessoas e autuar durante uma festa numa casa de praia no Araçagi que celebraria o aniversário de uma traficante.
O repórter de O Estado, Thiago Bastos, conseguiu conversar com um dos detentos por telefone. De dentro do presídio e acompanhando a ação dos policiais, o homem negou que a rebelião tivesse relação com o túnel e atribuiu a ação ao fato de membros de gangues rivais, acusados de terem matado comparsas seus, estarem em pavilhões vizinhos desde o início do mês, quando uma determinação da 2ª Vara de Execução Penal obrigou a Sejap a separar os presos conforme o regime de pena.
O túnel serviria para a fuga de 60 presos e depois de descoberto, os detentos ficaram revoltados e quebraram as celas. Internos de pavilhões vizinhos, também, quebraram as grades, o que ocasionou no encontro de grupos rivais.
Retaliação
Ao mesmo tempo em que o Batalhão de Choque entrava no Complexo Penitenciário de Pedrinhas para acabar com a rebelião, grupos de marginais ateavam fogo em ônibus coletivos. As informações de motoristas, cobradores e usuários eram de que em pelo menos uma das ocorrências, três bandidos chegaram num carro prata e, depois de trancar o ônibus e mandar todos descerem, atearam fogo no veículo.
A Secretaria de Segurança Pública confirmou ocorrências de ônibus queimados na Vila Kiola, Tibiri, Jardim São Cristovão, Vila Janaína, Maracanã, Cohab, Anil e Monte Castelo. Em nenhum dos casos houve feridos.
A polícia já está analisando imagens das câmeras de segurança e espera que elas auxiliem da identificação dos autores do crime.
Internação
Pelo menos seis corpos deram entrada no Instituto Médico Legal (IML). Outros quarto corpos estariam nos hospitais Djalma Marques, o "Socorrão I" e no Clementino Moura, o "Socorrão II". Ainda, segundo informações, aproximadamente, 34 detentos teriam sido encaminhados ao Socorrão I, onde 13 permanecem internados.
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