Caso Décio Sá

“Fui obrigado a confessar que dei fuga para Jhonatan”, disse Marcos Bruno

Em depoimento a Justiça, ele diz que a polícia o obrigou a responder pelo crime.

Elirdes Soares/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 12h07

SÃO LUÍS- As audiências do processo que investiga o assassinato do jornalista Décio Sá, chegaram ao fim na tarde desta quarta-feira (5) no Fórum Desembargador José Sarney, no Calhau. Ao todo foram 12 acusados, mas somente 10 denunciados pelo Ministério Público como responsáveis pela morte do jornalista. Eles foram interrogados pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Márcio Castro Brandão.

Os últimos depoentes foram Marcos Bruno Silva de Oliveira, acusado de ajudar na fuga do assassino pilotando a motocicleta. Já o segundo foi Elker Farias Veloso, que teria dado apoio logístico ao criminoso. Jhonathan de Sousa Silva, assassino confesso do jornalista, foi interrogado pela manhã.

Durante o interrogatório do Marcos Bruno Silva de Oliveira ele relatou que teve apenas três contatos com Jhonatan. Um deles foi durante um aniversário, ocasião que se conheceram, e os outros dois na Avenida Litorânea e que ele não teria ajudado Jhonathan a fugir, depois de ter assassinado Décio Sá.

Em novembro do ano passado, Marcos foi preso por clonagem de cartões. De acordo com o depoente ele foi obrigado pela polícia a confessar que tinha ajudado na fuga de Jhonatan. “Como havia um mandado de prisão contra mim por clonagem de cartões, quando cheguei à delegacia, eles me forçaram a responder por esse crime. Eles criaram um depoimento, e eu fui obrigado a assinar”, confessou.

Ainda pela manhã, durante o interrogatório, Jhonatan mudou a identidade da pessoa que teria dado fuga pra ele em uma moto, logo após o crime. O pistoleiro apontou outra pessoa que não estava arrolada nas investigações. O nome citado foi o de Marcos Antônio Sousa Santos, o “Neguinho Barão”. Diante da Justiça, ele disse que conheceu o “Neguinho Barão” no município de Santa Inês, em um bar no ano de 2010. Eles teriam sido apresentados pelo José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha. O depoimento teve duração de 40 minutos.

O último interrogatório foi de Elker Farias Veloso, que teria dado apoio logístico ao crime. Ele foi indagado pelo juiz Márcio Brandão sobre a “ajuda” no crime. No entanto, o acusado negou toda a participação. Disse que no dia do assassinato do jornalista, ele estava em viagem a Teresina-PI, mas que conhece o criminoso.

Jhonatan contou que ele e Elker teriam dormido no mesmo quarto, com duas mulheres em uma pousada da capital, dias após o crime. Durante o depoimento de Elker ele relatou outra versão. “Tive contato antes e depois do crime com ele. Eu o encontrei na Pousada Vila Verde, aqui em São Luís, acompanhado das minhas irmãs. O meu último contato foi entre os dias 26 e 27 de abril em Teresina. Acompanhei as notícias pelos jornais, desde então, não tive mais nenhum contato com ele”, finalizou.

Ao fim da audiência, o juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Márcio Brandão, informou que num prazo de cinco dias o Ministério Público terá que apresentar as alegações finais. Em seguida, a defesa dos acusados terá um prazo de 10 dias ou mais para ter acesso às informações colhidas no processo. Apresentando também, as alegações sobre cada um dos acusados. A terceira fase é quando o juiz fará a pronúncia para que os acusados sejam submetidos a júri popular ou não. Mas ainda não existe data marcada para o fim do processo.

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