Maranhão

Governo leva água a 10.592 famílias pobres de São Luís

Divulgação/ Sedes

Atualizada em 27/03/2022 às 12h09

SÃO LUÍS - O acesso à água encanada em casa está ajudando 10.592 famílias pobres e extremamente pobres de São Luís a viverem com mais sossego e dignidade. Aos poucos, esta dura realidade da capital maranhense vem sendo transformada com ações como a construção, em bairros da periferia e da zona rural do município, de sistemas simplificados de abastecimento de água com rede de distribuição domiciliar, pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar (Sedes) junto com as entidades e associações comunitárias.

Para dar uma ideia do alcance social desta ação, que faz parte do programa do governo do Estado Água para Todos, somente em 2012, a Sedes instalou em São Luís 84 sistemas simplificados, levando o abastecimento de água encanada para 10.592 famílias com investimento de R$ 8,3 milhões. Os recursos são oriundos do Fundo Maranhense de Combate à Pobreza (Fumacop).

O trabalho da Sedes não para nestes números, e a construção dos sistemas simplificados de abastecimento de água continua em ritmo acelerado. De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar, Fernando Fialho, a meta é entregar mais desses sistemas à população. Fialho informou que a Sedes está fazendo um levantamento das áreas periféricas de São Luís com maior escassez de abastecimento de água para a construção de mais poços artesianos.

"Água é vida. A Sedes vem priorizando a necessidade de abastecimento e distribuição domiciliar de água para as famílias pobres nos bairros periféricos da capital, muitos surgidos sem nenhuma infraestrutura urbana, a partir de invasões, e também para as famílias da zona rural de São Luís. Estamos expandindo o abastecimento e distribuição de água e o governo do Estado vai construir mais de mil desses sistemas em todo o Maranhão", concluiu.

Captação da água

Os sistemas simplificados são formados pela captação da água com a utilização de poços artesianos, rede de distribuição e ligações domiciliares, com a instalação de um ponto de água em cada residência. Cada sistema de abastecimento e distribuição é formado por um poço artesiano e uma caixa d'água, cuja capacidade varia de 11 a 20 mil litros, o que possibilita o atendimento de 200 a 400 famílias, num raio de 300 metros. Em média, o consumo diário de água por uma família de baixa renda é de cerca de 100 litros.

Nos bairros Vila Luizão, Brisa Mar, Santa Rosa e Divinéia, o sofrimento chegou ao fim para 470 famílias que passaram a ter acesso diário à água encanada desde o dia 23 de fevereiro deste ano, quando foram inaugurados quatro sistemas simplificados de abastecimento e distribuição de água.

"Agora temos água em casa todo dia. Antes a gente tinha de pagar R$ 20 por mês ao dono de um poço particular, e só tínhamos uma hora de acesso ao poço por dia. Éramos humilhados, tínhamos de esperar pela hora da água, não podíamos nem sair de casa pra fazer outra atividade", disse Raimunda Alves dos Santos, 48 anos, moradora da Vila Luizão há 15 anos.

Apenas nos quatros sistemas da Vila Luizão (120 famílias), Brisa Mar (115), Santa Rosa (120) e Divinéia (115), o investimento foi de R$ 532 mil para melhorar a vida das pessoas promovendo o acesso à água. Para as famílias beneficiadas, antes da chegada dos sistemas simplificados do governo do Estado, a rotina era escassez e racionamento.

Compra de água

No bairro Santa Rosa, Maria das Graças Pinheiro, 63 anos, é a primeira a receber a água do sistema simplificado, pois mora ao lado do poço artesiano. "Antes a gente pagava R$ 10 pra pegar água no balde e ainda tinha que ficar na fila. E só pegava água quando o dono do poço queria vender, a gente dependia da vontade dele de vender água", comentou. "Agora tem água todo dia e dia todo", falou aliviada.

Os proprietários de comércios localizados nas áreas atendidas pelos sistemas simplificados do Governo do Estado também estão sentindo os benefícios do acesso diário à água. Joaquim Lisboa, que tem uma mercearia no bairro Santa Rosa, disse que o benefício maior para ele foi a redução em suas despesas com energia elétrica, que chega até 80%, pois antes ele tinha de usar uma bomba elétrica para puxar água do seu poço para a caixa d'água para abastecer o comércio e a residência.

Pela primeira vez, em quase 10 anos morando no bairro, a água chegou com fartura no chuveiro da comerciante Edna Maria Costa, 40 anos, dona do Posto de Pão Maná. Ela, o marido, e os dois filhos pequenos já aproveitaram os primeiros banhos de chuveiro (agora, a força da água é tão grande que já estourou dois chuveiros, frisou ela). Ela disse que antes dos sistemas simplificados do Governo Estadual, a situação era terrível, e passavam até sete dias sem água, tendo muitas vezes que comprar água mineral para produzir os pães. Edna também relatou que antes, a água de um poço comunitário chegava fraca nas torneiras de sua casa, o que a obrigava a ter de ir até o poço para buscar uma média de 10 baldes de água por dia.

Água na zona rural

Na zona rural, a água também está chegando a muitas casas graças a esse programa do governo do Estado. Diversos povoados vêm sendo beneficiados com a expansão dos sistemas simplificados, entre eles, o Quebra Pote. Lá, 11 ruas receberam a instalação do sistema simplificado de abastecimento d'água com rede de distribuição, com atendimento a 300 casas, permitindo o acesso à água para 1.500 moradores. No Quebra Pote, o custo para o governo do Estado foi de R$ 50 mil.

Antônia da Cruz, 54 anos, mora ao lado do poço artesiano do sistema simplificado, e é responsável da comunidade em ligar e desligar o poço diariamente. Ela falou com alívio sobre a melhoria na qualidade de vida que chegou junto com o acesso à água encanada em sua casa.

Antônia contou que diariamente apanhava água em baldes, transportados na cabeça, sendo um a cada ida a um pequeno poço, distante 500 metros da sua casa. O esforço físico diário de mais de 30 anos carregando o peso do balde cheio de água afetou a sua coluna, causando problemas de saúde. "Sem comida a gente passa, mas sem água a gente não é nada, dependemos da água para tudo, foi uma benção a chegada da água. Não tenho mais a preocupação de levantar de madrugada para ir buscar água".

O acesso à água encanada, por meio de pequenos sistemas de abastecimento domiciliar utilizando poços artesianos, resolve o problema crônico da falta de água para as famílias beneficiadas e é mais uma ação cidadã do governo.

A iniciativa do governo do Estado, que está mudando a vida das famílias de baixa renda, ameniza o drama de pessoas que tinham quase que diariamente de ir buscar água fora de suas residências, no esforço físico diário de carregar, com as próprias mãos, latas e baldes de água. Para essas pessoas, como Antônia, esse sofrimento chegou ao fim. Para ela, restou o sofrimento das dores constantes nas costas, pelos anos que passou carregando baldes d'água na cabeça para abastecer as necessidades de sua família. Mas a escassez de água agora é só a lembrança de um passado recente. Ao longo desse tempo, a água era regrada, um litro por criança, para o banho dos seus seis filhos. Agora, ela dá banho nos seus netos no chuveiro.

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