Política

Senadores propõem diálogo com governo sobre seca no Nordeste

Agência Senado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h10

BRASÍLIA - Senadores do Nordeste manifestaram, durante a sessão desta terça-feira (26), expectativa de que a presença da presidente Dilma Rousseff na reunião da Sudene, marcada para 2 de abril em Fortaleza, seja a oportunidade para o lançamento de medidas concretas contra os efeitos da seca na região. Os parlamentares esperam que o presidente da Casa, Renan Calheiros, lidere o diálogo com o governo federal em apoio a seus estados. Eles, também, criticaram a burocracia que dificulta o socorro às vítimas da estiagem.

Para o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), Dilma tem sido muito sensível ao "dilema social" vivido pelos estados do Nordeste. Ele acrescentou, no entanto, que a seca segue "liquidando a economia rural" pelo segundo ano seguido.

- As pessoas estão sendo assistidas, mas aquele pequeno e médio produtor está endividado, perdeu seus cabritos, perdeu suas vaquinhas - afirmou.

Inácio Arruda lembrou que, apesar do caráter de emergência das circunstâncias, as 700 mil toneladas de milho disponibilizadas para alimentar o rebanho do Nordeste não têm chegado à região devido à burocracia dos ministérios envolvidos na operação. Ele disse que embora a tragédia provocada pelas chuvas no estado do Rio de Janeiro, que causaram a morte de 33 pessoas "chame muito mais a atenção", os problemas do Nordeste são ainda maiores.

O senador Walter Pinheiro (PT-BA) afirmou que a seca que tem atingido fortemente seu estado "não é um problema qualquer", e citou a sugestão que apresentou ao Ministério da Agricultura para que um navio leve milho de Paranaguá (PR) ao Nordeste. Ele lamentou que a cotação do milho tenha disparado no mercado internacional e a soja absorva grande parte da logística brasileira, agravando a situação dos produtores nordestinos.

No mesmo sentido, Eunício Oliveira (PMDB-CE) afirmou que há "vidas humanas a salvar" que não podem esperar licitações.

- A reunião da Sudene vai se transformar em uma reunião de choro, de lágrimas e de desespero de muitas pessoas que têm a responsabilidade de cuidar das pessoas que não têm oportunidade de defesa - disse.

José Pimentel (PT-CE) pediu a Renan que se reúna com Dilma nos próximos dias para apresentar reivindicações dos estados do Nordeste e discutir um conjunto de medidas de combate aos efeitos da seca a ser anunciado na reunião da Sudene. Ele sugeriu que a promulgação da PEC 66/2012 - que amplia os direitos das empregadas domésticas -, também, agendada para 2 de abril, seja adiada para outra data, de modo que os parlamentares do Nordeste possam comparecer ao evento em Fortaleza. A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) apoiou a iniciativa.

Renan disse esperar que o Congresso possa "compatibilizar os calendários" para que todos possam acompanhar o anúncio das medidas presidenciais.

Os senadores do Nordeste, também, receberam a solidariedade de Ana Amélia (PP-RS), Gim Argello (PTB-DF) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

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