Incêndio

Boate Kiss: associação de parentes das vítimas vota estatuto no dia 23

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 12h12

BRASÍLIA - Uma comissão formada por dez pessoas, todas parentes de vítimas do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), vai analisar nos próximos dias o estatuto da associação que representará os interesses das famílias dos mortos e feridos na tragédia. O documento está sendo elaborado por um grupo de advogados voluntários, apoiados pela Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, e será submetido à aprovação em assembleia marcada para o próximo dia 23.

A criação da associação foi decidida no último sábado (9), durante reunião no Colégio Marista, em Santa Maria, entre parentes e representantes da Defensoria Pública do estado.

De acordo com Adherbal Alves Ferreira, um dos pais que integra a comissão, as primeiras ações, após a formalização da associação, serão de apoio e amparo às famílias, entre elas, palestras motivacionais e reuniões de grupo.

“Já temos diversos psicólogos nos procurando para, voluntariamente, dar palestras e oferecer apoio às famílias. Todos nós estamos muito fragilizados e precisamos nos reunir e nos amparar mutuamente. Esse será o principal objetivo, neste momento, da associação”, disse ele, que perdeu na tragédia a filha Jennefer Mendes Ferreira, 22 anos, que era estudante de psicologia.

Para Leo Becker, outro pai à frente do grupo, há muitos casos de parentes que não conseguem reagir à morte dos jovens e precisam "com urgência" desse tipo de intervenção.

“Há alguns que, fortemente inconformados, chegam a tentar o suicídio. Por isso, nosso primeiro passo após a criação [formal] da associação será, com o apoio de profissionais capacitados, tirar essas pessoas de casa, trazer para perto de outros pais que convivem com a dor e tentar tornar menos sofrida a forma de lidar com tudo isso”, acrescentou.

Becker ressaltou que a associação também acompanhará as investigações e prestará assistência jurídica às famílias. Ele acredita que a união dos parentes pode agilizar o processo indenizatório.

“Vamos acompanhar tudo para que os interesses não se percam durante esse longo processo. Há casos de famílias que lutam há quase dez anos na Justiça pela indenização por parentes mortos em acidentes aéreos no Brasil. Acredito que no nosso caso pode levar até 20 anos”, disse ele, pai de Érika Becker, 22 anos, que era estudante de agronomia na Universidade Federal de Santa Maria.

A Secretaria do Rio Grande do Sul confirmou hoje (11) a morte de mais uma pessoa que estava na boate durante o incêndio. Rodrigo Taugen, 29 anos, estava internado no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, e morreu às 22h30 de ontem (10). Com isso, chega a 239 o número de vítimas da tragédia na boate Kiss, na madrugada do último dia 27.

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