Tragédia em Santa Maria

Ministério da Saúde amplia leitos de UTI para atender os pacientes

Agência Saúde

Atualizada em 27/03/2022 às 12h12

BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou durante entrevista coletiva realizada na noite dessa terça-feira (29), que foram liberados 30 leitos de retaguarda de Unidade Terapia Intensiva (UTI) que serão utilizados, caso necessário, pelas vítimas do incêndio ocorrido na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), no último domingo (27). O ministro reforçou a importância das pessoas que tiveram contato com a fumaça a ficarem atentas a alguns sintomas.

“A qualquer sinal de tosse, falta de ar ou cansaço é preciso que a pessoa procure um profissional de saúde. Esse é um alerta que fazemos, porque é muito comum nessas situações o desenvolvimento de um quadro de tosse e falta de ar. Isso é o que chamamos de pneumonia química. Este quadro pode se desenvolver até três dias depois do acidente”, observou o ministro.

Padilha disse que 81 pacientes internados na UTI, em ventilação mecânica, sendo 75 em estado crítico. Destes, 54 estão internados em hospitais de Porto Alegre e de Canoas e 27 permanecem em Santa Maria. O total de pacientes internados já chega a 123. Ele informou, ainda, que uma das vítimas hospitalizadas na capital gaúcha apresenta quadro de morte encefálica, o que deverá ser confirmado nas próximas horas. A família já foi informada da grave situação. Segundo o ministro, três pacientes que estavam utilizando ventilação mecânica tiveram uma evolução positiva e os aparelhos foram retirados.

FN-SUS- Ainda segundo o ministro, a situação de 75 pacientes internados em estado grave é o que mais preocupa. “A evolução desses pacientes é a principal preocupação dos profissionais da Força Nacional do SUS (FN-SUS), dos profissionais de saúde dos hospitais de referência onde estão os pacientes. Do final da tarde de ontem (28) até esta terça-feira, alguns evoluíram bem saindo da intubação, mas outros pacientes evoluíram para a ventilação mecânica”, disse.

A Força Nacional do SUS (FN-SUS), criada para agir no atendimento a vítimas de desastres naturais, calamidades públicas em saúde ou situações de risco epidemiológico, conta com 59 profissionais de saúde. Integram o grupo, médicos, enfermeiros, psiquiatras, profissionais do S.O.S Emergências e, ainda, nove (09) profissionais do Hospital Israelita Albert Einstein.

O Ministério da Saúde acionou dois centros de queimados de referência em Porto Alegre e a Unidade de Emergência do Grupo Hospital Conceição (GHC), além de leitos de UTI da região metropolitana (incluindo Canoas e Caxias) para a transferência de vítimas, se necessário.

Atendimento

Durante o dia, o ministro informou que está sendo articulada uma rede de atendimento psicológico para esses familiares e amigos e, para adequar a demanda, profissionais de Porto Alegre estão sendo deslocados para Santa Maria. Além disso, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) AD2, de Santa Maria já está funcionando 24 horas, inclusive com atendimento de retaguarda de psiquiatria. Para as famílias que moram em outras cidades, os CAPS locais poderão ser acionados para acompanhamento psicológico.

Para atender as vítimas do incêndio, o Ministério da Saúde deslocou, para Santa Maria, membros da FN-SUS para a região e intensificou ações das Unidades de Suporte Avançado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), equipados com respiradores. Foram abertos 64 leitos de UTI e 36 leitos de Semi-UTIs em Porto Alegre, mobilizando hospitais da rede pública e privada. Houve, ainda, o deslocamento de um total (até este momento) de sete ambulâncias de UTI do SAMU.

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