São Luís

Transplante multivisceral é tema de palestra no CRM

Explanação do cirurgião digestivo Romerito Neiva integrou as atividades do Curso Continuado de Cirurgias do Aparelho Digestivo.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h15

Até o momento, apenas uma paciente foi submetida a um transplante multivisceral no Brasil. Na manhã de ontem, o cirurgião digestivo Romerito Neiva, da equipe de profissionais do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, esteve em São Luís, onde ministrou a palestra Transplante de Órgãos no Aparelho Digestório, no qual abordou as especificidades desse tipo de transplante, procedimento cirúrgico extremamente complexo e ainda pouco difundido.

A palestra foi realizada no auditório do Conselho Regional de Medicina do Maranhão (CRM) e reuniu professores, estudantes e profissionais da área da saúde. O evento integrou as atividades do Curso Continuado de Cirurgias do Aparelho Digestivo, promovido pela Liga Acadêmica de Gastroenterologia e Cirurgia do Aparelho Digestivo da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Ineditismo

O transplante multivisceral consiste na retirada de órgãos da região abdominal de um mesmo doador para a colocação em um receptor. No procedimento cirúrgico, são transplantados estômago, pâncreas e intestino delgado.

No Brasil, a única cirurgia desta natureza foi realizada no mês de abril em uma paciente de 59 anos, que sofria de uma doença hepática crônica, que comprometia o aparelho digestivo. “É uma modalidade nova de transplante e no Brasil nós temos apenas dois centros que estão habilitados a fazer esse tipo de procedimento pelo SUS, que é o Hospital das Clínicas e o Hospital Albert Einstein, pela equipe do doutor Ben-Hur Ferraz Neto. A primeira cirurgia aconteceu em abril e, no mesmo ato cirúrgico, foram transportados o estômago, fígado, pâncreas e o intestino delgado. Hoje a paciente está relativamente bem, se recuperando de algumas complicações”, disse o médico.

Neiva frisou ainda que, por se tratar de um procedimento cirúrgico que envolve vários órgãos, a complexidade da cirurgia é elevada. “É necessária uma expertise técnica cirúrgica e anestésica muito grande para fazer o cirúrgico em si. É necessária ainda uma equipe multidisciplinar para oferecer os cuidados aos pacientes, tanto no pré-operatório quanto no pós-operatório”, ressaltou o médico cirurgião.

Mais

A captação de órgão para o transplante multivisceral segue as mesmas regras das cirurgias de transplantes convencionais. No entanto, busca-se sempre, além da compatibilidade, um doador que tenha menor estatura, uma vez que o receptor, por causa de suas doenças e múltiplas cirurgias, tem a sua cavidade abdominal alterada. O procedimento é indicado para os pacientes que apresentam uma falência no aparelho digestivo.

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