BRASÍLIA - O programa Mais Irrigação, lançado nessa terça-feira (13), prevê investimentos de R$ 3 bilhões do governo federal e outros R$ 7 bilhões vindos da iniciativa privada até 2014. Os recursos vão para 66 projetos que ocupam um total de 538 mil hectares e serão usados na produção de biocombustíveis, fruticultura, leite, carne e grãos.
Desse total, serão destinados 61 mil hectares de 27 projetos para os agricultores familiares. E, além dos 13 projetos (133 mil hectares) já previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), serão licitadas outras oito áreas que compreendem 189 mil hectares, por meio de parcerias público-privadas. Os empreendedores agrícolas terão de garantir a ocupação produtiva e a integração de pequenos agricultores.
Regiões - O programa, coordenado pelo Ministério da Integração Nacional, estará presente em 16 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Sergipe e Tocantins. O objetivo é valorizar a economia regional de forma sustentável, gerando mais emprego e renda, e levando alimentos de qualidade para a mesa dos brasileiros.
Financiamento - O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) destina, segundo o Plano Plurianual/2012-2015, R$ 4 bilhões para o financiamento de equipamentos de irrigação. A criação dessa linha de crédito ainda está em construção por técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SCD) do Mapa. Prazos, taxas de juros e limites na tomadas dos recursos devem ser definidos conjuntamente com o Ministério da Fazenda. “O importante é evitar riscos inerentes às variações e às mudanças climáticas, garantindo resultados melhores e agregando valor à produção, de modo compatível ao conceito de desenvolvimento sustentável”, afirma o ministro do Mapa, Mendes Ribeiro Filho.
Hoje, o Brasil tem uma área plantada de 68 milhões de hectares de grãos, frutas e fibras. Na pecuária, o espaço no campo é de 180 milhões de hectares. A execução da política de irrigação é para justamente tornar mais intensivo o uso dessas áreas, reduzindo a pressão por novos espaços. Para Ribeiro, o crescimento das áreas irrigadas é apontado como um dos principais fatores que garantiram o suprimento de alimentos em décadas de explosão demográfica. “O ministério está trabalhando com vistas a ampliar o uso dessas novas tecnologias no campo”, salientou.
Para isso, o Mapa trabalha com o objetivo de integrar as políticas agrícolas com as de meio ambiente, as políticas de recursos hídricos e de irrigação, envolvendo os estados em ação de regionalização. Essas ações têm que levar em conta as características das regiões com as vocações específicas, por meio de orientações técnicas, tecnológicas e de conhecimento das condições naturais e vocacionais de suas propriedades.
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