Transplante

Perda de rim no H.U. afetou a vida de irmãos

Jaqueline e Josevan Ferreira Rufino ainda esperam a resolução do caso.

Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h23

SÃO LUÍS – “Queremos uma solução mais rápida para isso”. Esse é o pedido de Josevan Ferreira Rufino, que teve o rim retirado para ser transplantado para a sua irmã, Jacqueline Ferreira Rufino, mas teve o órgão excluído após ser descoberto que este não poderia ser aproveitado para o transplante. O caso aconteceu no Hospital Universitário Presidente Dutra (H.U.), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

“Esse procedimento afetou totalmente a minha vida e a vida da minha irmã. Não podemos fazer qualquer esforço físico, além disso, minha perna incha e fica muito dolorida. Minha irmã ainda tem que fazer, diariamente, 6 horas de diálise peritonial automática. É muito complicado”, afirmou Josevan Ferreira Rufino.

Os quatro médicos da equipe de nefrologia do H.U. envolvidos na cirurgia dos irmãos, foram denunciados pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA) ao Poder Judiciário por uma série de erros que culminaram com a retirada do rim esquerdo de Josevan Ferreira Rufino.

Foram denunciados à Justiça a médica nefrologista Giovanna Parada Martins, que na época era Coordenadora do Transplante Renal do Hospital Universitário, por não solicitar exame de avaliação prévia do doador; o médico cirurgião urologista transplantador Leonildo de Sousa Coelho, por participar da retirada do rim; a médica clínica-geral e nefrologista Maria Inês Gomes de Oliveira e o médico urologista Erivaldo Sousa dos Santos, por não considerarem os critérios técnicos de exclusão do doador.

Entenda o caso

Em depoimento ao MP-MA, os médicos alegaram que durante a cirurgia, realizada em agosto de 2006, foi descoberto que o rim do doador tinha três artérias renais, condição que exclui o aproveitamento do órgão para transplante. Mesmo assim, o órgão foi retirado.

No transplante de Jacqueline Rufino, a paciente apresentou uma complicação, trombose na veia externa, e o rim transplantado não apresentou circulação sanguínea. Por conta disso, o órgão foi retirado e encaminhado ao setor de patologia do Hospital Universitário.

Ao investigar o caso, a Promotoria de Defesa da Saúde de São Luís determinou a realização de exame de DNA, comprovando que o rim transplantado na receptora não foi o mesmo retirado do irmão dela. Foram realizados dois exames: o primeiro no Instituto de Criminalística da Secretaria de Segurança Pública da Bahia e o segundo no Instituto Nacional de Criminalística do Ministério da Justiça. A equipe médica, também, não explicou a origem do rim transplantado na paciente.

Em nota, a assessoria de comunicação do Hospital Universitário informou que: "A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e seus funcionários citados na ação informam que foram prestados todos os esclarecimentos técnicos solicitados pela Justiça referentes ao caso e que o processo encontra-se ainda em tramitação. Sobre a denúncia do MP-MA junto ao Poder Judiciário, até o presente momento a UFMA não foi citada e aguarda ser comunicada oficialmente para prestar os devidos esclarecimentos perante a Justiça".

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