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Eliminar miséria exige investir mais no Nordeste, diz Dilma

A presidente anunciou no encontro, ainda, a criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa.

Nathalia Passarinho/ G1

Atualizada em 27/03/2022 às 12h42

BARRA DOS COQUEIROS (SE) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda (21), em Sergipe, que a redução das desigualdades regionais depende de uma ação mais intensa no Nordeste que em outras regiões. Ela afirmou que é "impossível" cumprir a meta de erradicação da miséria estabelecida pelo atual governo sem erradicar a miséria no Nordeste.

"Só conseguiremos reduzir a desigualdade regional se fizermos aqui um pouco mais do que fazemos no resto do Brasil porque aqui há uma trajetória de desigualdade que vem da oligarquia, da escravidão. Temos que fazer aqui um esforço imenso. Por isso, eu tenho um compromisso, eu diria, de alma, com esta região", afirmou. Na região, Dilma obteve 18,4 milhões de votos no segundo turno da eleição presidencial, mais que o dobro dos votos do adversário, José Serra (PSDB). Segundo ela, "a pobreza tem uma certidão de nascimento que privilegia, infelizmente, esta região do país".

A presidente discursou na abertura do XII Fórum de Governadores do Nordeste, no município de Barra dos Coqueiros, em Sergipe. "O Nordeste é o grande desafio da minha gestão, como foi na gestão Lula", afirmou.

Durante o discurso, ela, também, anunciou a criação do Ministério das Micro e Pequenas Empresas como forma de estímulo ao investimento e apoio aos pequenos empreendedores. O ministério é uma proposta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, mas não foi desenvolvida devido à crise econômica de 2008 e virou proposta de campanha da então candidata a presidente no ano passado.

Segundo a presidente, o Nordeste precisa continuar "crescendo num ritmo mais adiantado que o Brasil - e cresceu nos últimos anos. "Sabemos que houve crescimento do Nordeste nos últimos anos acima do crescimento da taxa do PIB [Produto Interno Bruto], principalmente porque nós criamos um mercado interno pujante".

Como forma de impulsionar o desenvolvimento do Nordeste, ela, também, defendeu o projeto de valorização do salário mínimo aprovado pela Câmara e que deve ir nesta semana a votação no Senado.

Segundo ela, durante o governo Lula, o Nordeste cresceu acima da média do Brasil "porque criamos um mercado interno. Daí a importância da política de valorização do salário mínimo, aprovado na Câmara e que eu espero que seja aprovado no Senado".

Ela criticou a chamada "guerra fiscal" entre Estados, embora tenha admitido que, sem isso, "alguns investimentos" não teriam sido feitos no Nordeste. "Não é nem será a melhor forma de atrair investimentos. Não beneficia a região, mas beneficia de forma particular o investidor", declarou. A presidente afirmou que enviará ao Congresso um projeto prorrogando até 2018 o incentivo fiscal ao investimento produtivo no Nordeste.

Semiárido

A presidente, também, defendeu um esforço concentrado para desenvolver o semiárido nordestino. Segundo ela, é preciso diferenciar, em termos de investimentos, as regiões nordestinas menos desenvolvidas das mais industrializadas.

"Nao há solução para o Nordeste sem solução para o semi-árido nordestino. Temos que regionalizar nossas ações. Os territórios menos desenvolvidos têm de ser incorporados. Temos que ter ótica de território", disse.

Dilma afirmou ainda que o governo federal vai ampliar parcerias com Estados nordestinos, independentemente, do partido dos dirigentes locais.

Copa e barragens

A presidente afirmou que haverá investimentos específicos do governo federal nas quatro cidades nordestinas que sediarão a Copa do Mundo de 2014 - Salvador, Natal, Fortaleza e Recife. Ela disse ainda que dará continuidade a investimentos em transporte no Nordeste.

"Daremos continuidade a obras estruturantes, como a BR-101, ferrovias, rodovias e portos. É fundamental a interligação entre os Estados", disse.

Ela afirmou que, também, investirá na construção de barragens e na "universalização do acesso à água". "Vamos avançar na construção de barragens e açudes, na questão das cisternas e acesso à água. Pretendemos ter um projeto que defina claramente a universalização da água."

Bronca na assessoria

Durante seu discurso, Dilma repreendeu sua assessoria, por ter passado a ela o nome errado de uma cidade nordestina.

Ao citar um exemplo de empreendedorismo na área têxtil, a presidente confundiu Toritama, cidade pernambucana, com o município baiano de Ibotirama. O erro foi corrigido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

"Achamos que há de dar suporte e fazer com que se reproduzam experiências de sucesso como é o caso de Ibotirama. É Toritama? Eu falei para vocês que não era Ibotirama. Vocês vejam o que é uma ótima assessoria. Eles acharam esse Ibotirama sabe aonde? Na internet", disse.

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