São Luís

'Poluição sonora causa perturbação mental e estimula a violência'

Delegado Carlos Damasceno; “o combate à poluição sonora ajudará, também, na redução da criminalidade”.

Pedro Sobrinho/ Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h43

SÃO LUÍS - O delegado Carlos Alberto Damasceno, um dos responsáveis pela Operação Força-Tarefa de Segurança para evitar poluição sonora, considerou como afronta ao Poder do Estado o número elevado de prisões e apreensões de veículos em desrespeito ao sossego público no fim de semana, na capital maranhense.

Ao todo, 24 pessoas foram detidas por desrespeito à Lei do Silêncio, e 23 veículos foram apreendidos por possuírem equipamentos de som com volume acima do permitido.

O delegado afirmou, em entrevista no Ponto Final, na rádio Mirante AM, que estudos apontam que os ruídos sonoros em alta intensidade causam danos extremamente grandes à saúde pública.

- Muitos crimes têm sido provocados pela intensidade de som. Uma coisa interessante. Os estudos apontam que, a partir de 70 decibéis, o ruído sonoro causa perturbação mental. Alguns médicos, a Oranização das Nações Unidas (ONU) também, defendem que a exposição desse tipo de intensidade de som por algum tempo, mais precisamente duas horas, causa uma perturbação mental com a mesma intensidade de uma pessoa que experimenta cocaína. A partir dessas condições somadas, álcool que normalmente estão conjugadas a esse tipo de conduta, nós temos aí um índice de criminalidade muito grande, entre homicídios e outros tipos de delitos. Nós acreditamos que combatendo a poluição sonora iremos reduzir a quantidade dessa incidência criminal em nossa capital - assegurou.

A Operação Força-Tarefa continuará durante o período do Pré-Carnaval em São Luís.

Força-Tarefa

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) divulgou, nessa segunda-feira, (17), o balanço da segunda etapa da mega operação Força-Tarefa de Segurança, planejada para evitar práticas criminais de poluição sonora.

Diversos bairros da região de São Luis foram percorridos. Durante a operação, em três dias de atividades, foram combatidos outros tipos de delitos como roubos, tráfico de entorpecentes, infrações de trânsito e prostituição infantil.

A operação foi deflagrada na madrugada de sexta-feira, (14) e se estendeu até a madrugada desta segunda-feira, (17). Ao todo, 24 pessoas foram detidas por desrespeito à Lei do Silêncio e 23 veículos foram apreendidos por possuírem equipamentos de som com volume acima do permitido.

O trabalho operacional da Força Tarefa de Segurança contou com a participação das polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros, do Grupo Tático Aéreo (GTA), do Instituto de Criminalística do Maranhão (Icrim), da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), do Ministério Público Estadual, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), da Promotoria da Infância e da Juventude, entre outros órgãos.

Etapas da Operação

No fim de semana passado, durante a primeira etapa da operação, cerca de 20 veículos e catorze pessoas foram conduzidas às delegacias por práticas delituosas.

Na primeira noite de trabalho, oito prisões foram registradas. Três em um posto de gasolina no bairro do Maiobão, em Paço do Lumiar. As outras ocorrências foram registradas no Anil, Olho-d’Água, Praia do Meio e em vários pontos da capital maranhense.

Além dos postos de combustível, as forças policiais percorreram bares, clubes, casas de eventos, residências e veículos de passeio. Duas casas de eventos, localizadas no Centro Histórico, foram fechados. Em um deles, foram encontrados seis menores no interior do ambiente. Eles foram conduzidos pelos comissários da Promotoria da Infância e Juventude para a 1ª Vara da Infância, onde os pais ou responsáveis foram chamados para prestarem esclarecimentos sobre a permanência destes menores fora de casa naquele horário. O local, também, estava com a licença de funcionamento vencida.

No sábado (15), nove pessoas foram conduzidas aos Plantões Centrais, entre elas, uma proprietária de um estabelecimento no Maiobão. Outros nove carros foram apreendidos nos bairros do Cohatrac, Lira, São Cristóvão e Olho-d’Água. No domingo (16), sete pessoas foram detidas e tiveram seus veículos encaminhados ao pátio do Comando Geral da Polícia Militar.

O secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, ressaltou a importância do trabalho conjunto entre as instituições. “É importante a união de esforços em uma atuação coordenada das polícias e órgãos parceiros com o objetivo de oferecer segurança e tranquilidade aos cidadãos de São Luís, próximo e, durante o período pré-carnavalesco, resgatando valores como a cidadania e o respeito ao próximo, e principalmente, coibindo práticas abusivas e outras incidências criminais”, disse.

De acordo com o coordenador-geral da operação, delegado Carlos Alberto Damasceno, a ação teve um saldo positivo. “Existe uma demanda muito grande de reclamações por parte da população contra a grande concentração de veículos em determinados pontos da cidade e o elevado som que produzem, causando transtornos a todos. Com a operação, conseguimos reduzir essa incidência em alguns bairros da capital”, informou.

As denúncias para o Centro Integrado de Operações Policiais (Ciops), por meio do 190 e do serviço de Disque-denúncia (98) 3223-5800, ajudaram a identificar os locais que apresentavam som acima do permitido. De acordo com o Disque-Denúncia, somente neste final de semana, ocorreram 30 registros de reclamações contra poluição sonora em São Luís

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