Economia

Indústria sofre com atraso e adiamento de entregas

Agência Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h54

O ritmo acelerado de crescimento do consumo já faz indústrias fretarem avião carregado de componentes eletrônicos da Ásia para Manaus (AM) a fim de atender à procura por TVs. O superaquecimento das vendas - não só de televisores, impulsionado pela Copa do Mundo -, além de enxugar os estoques de produtos e insumos, também provoca fortes pressões por reajustes de preços de matérias-primas e alongamento nos prazos de entrega de insumos às fábricas.

Duas pesquisas sobre o setor industrial, uma da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e outra do HSBC, retratam com números os impactos da corrida dos fabricantes para atender à maior procura. No trimestre encerrado em abril, quase que dobrou em relação a janeiro a fatia de indústrias que registraram aumento no prazo de recebimento de insumos e matérias-primas, aponta a sondagem industrial da FGV.

Entre as cerca de mil indústrias consultadas no mês passado pela sondagem, 9% delas informaram que os fornecedores estão levando mais tempo para entregar os insumos. No trimestre encerrado em janeiro, 5% das indústrias relataram essa condição de abastecimento.

Segundo o coordenador técnico da sondagem, Jorge Ferreira Braga, de 13 setores industriais pesquisados pela FGV, 12 registraram alongamento nos prazos de entrega em abril. Em janeiro, tinham sido sete. Material de transporte e as indústrias mecânica e de material elétrico, que inclui as TVs, estão entre os setores que tiveram maior proporção de indústrias afetadas pelo prazo mais longo de entrega de insumos.

Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do HSBC, realizada pelo Markit Group, confirma o alongamento de prazos de entrega de insumos e as pressões inflacionárias na cadeia de produção industrial. "Abril foi mais um mês em que aumentou o prazo de entrega de insumos às indústrias, movimento que vem ocorrendo desde meados de 2009", afirma o economista-chefe do HSBC, André Loes.

O indicador para o prazo de entrega, em que 50 representa normalidade e abaixo de 50 maior tempo para fornecer os insumos, fechou abril em 46,7 pontos depois de ter encerrado 2009 em 48,3 pontos. Em contrapartida, outro indicador da pesquisa do HSBC, que acima de 50 revela pressões inflacionárias dos insumos industriais na cadeia de produção, atingiu em abril 59,4 pontos numa trajetória crescente desde janeiro. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

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