Descoberta

EUA desenvolvem vacina contra câncer de próstata avançado

Antônio Marinho, O Globo com agências de notícias

Atualizada em 27/03/2022 às 12h55

RIO - O órgão que controla drogas e alimentos nos Estados Unidos, o FDA, aprovou uma vacina para tratar câncer de próstata em casos avançados. O medicamento Provenge, da empresa americana Dendreon, é uma nova opção para pacientes com poucas chances de controle da doença, segundo Karen Midthun, diretora interina do Centro de Avaliação e Investigação Biológica do FDA.

Diferentemente das vacinas tradicionais que previnem doenças, a Provenge ataca o câncer de próstata estimulando o sistema imune do corpo para que lute com as células malignas. Nesse caso, são retirados glóbulos brancos do paciente e eles são tratados em laboratório com uma proteína geneticamente modificada para torná-los mais potentes contra o tumor. Depois são reintroduzidos no sangue. A Provenge está indicada em homens que não respondem ao tratamento hormonal.

Na opinião do urologista Ronaldo Damião, professor titular de urologia da Faculdade de Ciências Médicas do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Uerj, que acaba de participar do Congresso Europeu de Urologia, em Barcelona, o foco em discussão em câncer de próstata é a quimioprevenção.

- Vacinas estão sempre em desenvolvimento para prevenir doenças infecciosas ou para despertar respostas imunológicas em quem é portador de doenças crônicas como câncer. O fato de o FDA ter aprovado uma pesquisa desta natureza, entre tantas que existem, não significa muito. O câncer de próstata com metástase ainda é um doença fatal e continuará a ser por muito tempo - diz.

Ele acrescenta que frequentemente são descobertas novas drogas que prolongam um pouco a vida e que amenizam o sofrimento, mas em casos em que a doença invadiu outros órgãos a morte é inevitável.

- Às vezes o paciente morre de outra doença, como problema cardíaco, mas, na verdade, nessas situações ele não conseguiu sobreviver para morrer em consequência do tumor de próstata avançado - comenta Damião.

Mas, segundo pesquisadores, na investigação clínica em fase 3 (IMPACT) com a vacina, na qual participaram 512 homens com a doença, ela reduziu o risco de mortalidade em 22,5% em comparação com um placebo, e a sobrevida foi prolongada em quatro meses, em média. Na opinião de médicos americanos, como Nina Bhardwaj, do Centro Médico Langone da Universidade de Nova York, e Christopher Logothetis, da Universidade do Texas, trata-se de um grande passo no tratamento do câncer de próstata porque é a primeira terapia deste tipo a ser aprovada. A vacina será testada primeiramente em 50 hospitais e clínicas nos Estados Unidos.

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